Amor Proibido


Sou casada, freqüento determinada igreja cristã, e ando sendo abordada por um irmão na fé, que se interessa em mim, para assuntos de namoro (e, com certeza, sexo). O que devo fazer? Falar pro pastor ou pro meu marido?

Em primeiro lugar, quero parabenizá-la por estar preocupada com o assunto. Você deve continuar com a firme consciência de que este ato de seu irmão na fé tem uma motivação que não é permitida por Deus. Em Marcos 6:18 aprendemos, pelas palavras de João Batista, que “Não é lícito possuir a mulher do irmão”. Mas, embora desejando algo proibido, ele ainda é “irmão”, está no rebanho de Deus e é alvo do Seu amor. Não deve ser maltratado, exposto ou desrespeitado. Então, o que fazer?

Jesus nos deu uma cartilha muito resumida e prática sobre como resolvermos problemas interpessoais, que colocam a fé em questão, na comunidade da igreja. Em Mateus 18:15, Ele diz que “se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão”. Este é o primeiro passo que esta senhora, que está sendo assediada, deve tomar: conversar em particular com seu irmão na fé, explicando-lhe que não quer ser procurada por ele para assuntos românticos, pois você e seu coração já têm donos e, por amor à seu dono e a Deus, você jamais assumiria tal ‘possível’ relacionamento. Neste passo de resolução do problema, é importante lembrar alguns pontos

a)A necessidade de evitar a aparência do mal. Seria aconselhável que você conversasse, apesar de ser em particular, num local público, onde possam ser vistos, onde a conversa será rápida, onde não serão mal interpretados.

b)O respeito à privacidade deste irmão. Um erro não justifica a criação de outro erro. O fato de este irmão estar procurando estabelecer um relacionamento proibido não autoriza desrespeitá-lo, expondo-o ao ridículo público, sem necessidade.

c)A decência. Será mais restaurador, tratar o irmão com educação e firmeza. Sem agredi-lo com palavras grosseiras ou punitivas. O importante é que você exponha sobre como se sente em relação às investidas dele e sobre como você quer ser tratada.

Provavelmente, após uma conversa deste modo, aberta e respeitosa, o candidato recuará seus esforços.

Mas... se isto não acontecer, Mateus 18:16 diz: “Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça”.

Para que não haja ditos maldosos, escândalos e notícias indesejadas correntes entre os irmãos, é prudente que se escolha testemunhas dignas de confiança. De preferência, alguém mais velho, experiente na fé e no trato para com os irmãos. Esta conversa pode até ser feita por etapas: 1)Depois de ter conversado em particular com o irmão, e ter visto que ele não mudou de atitude, conversar de novo com ele diante de uma testemunha; 2) Se ainda não for resolvido o problema, usar duas testemunhas, em uma terceira conversa; 3)E numa possível quarta conversa, acrescentar à estas duas primeiras testemunhas, uma terceira.

E o marido? Bom, a esta altura, seria recomendável que você já tivesse conversado abertamente com seu marido, para evitar que a conversa lhe chegue ao conhecimento de forma modificada. Seria bom que você lhe transmitisse confiança, firmeza, clareza, e disposição para resolver o problema sem intrigas. Como um marido prudente, é melhor para o casal e para a igreja se o esposo confiar em sua esposa e esperar pacientemente que o problema seja resolvido, sem que seja necessária a sua intromissão.

Mas pode acontecer que, mesmo diante de tantas conversas e conselhos de testemunhas, o irmão que lhe procura ainda não desista de seus intentos. E aí, o que fazer? Jesus continua em Mateus 18:17: “E, se ele não os atender, dize-o à igreja;”.A esta altura, sim, a atitude do pretenso irmão está se tornando um obstáculo para o bom convívio dos irmãos. A igreja estará sendo incomodada e precisará tomar uma atitude. Neste caso, em assembléia, o irmão deverá ser advertido e, se necessário for, afastado de suas atividades de ministério. Continuando o versículo bíblico... “e se ele recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano”. Como consideramos os “gentios” e “publicanos”? Lembra-se de como Jesus os tratava? Como “pessoas-alvo” do amor e da misericórdia de Deus. O coração de alguém assim, por estar detonado pelo pecado, é nosso campo missionário.

Mas, provavelmente, se os passos para o ajustamento deste interrelacionamento forem tomados prudente e devidamente, seguindo estas instruções de Cristo, tal irmão será restaurado a um comportamento digno de aprovação antes de chegar à situação vexatória da censura pública e da tentativa missionária de evangelizá-lo.

Ficarei orando para que tudo vá bem nos relacionamentos de vocês aí: entre vocês na comunidade local de crentes, no seu casamento, e na sua intimidade com Jesus.
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