Casar, Por que?



Alguns anos passados, a revista McCall`s publicou a resposta de algumas crianças a esta pergunta. Eis algumas: Gwen, uma menina de 9 anos: "Quando eu me casar, eu quero alguém que seja alto, bonito e rico, e que odeie espinafre tanto quanto eu". Arnold, de 6 anos: "Eu quero me casar, mas não agora, porque eu ainda não consigo atravessar a rua sem ajuda". Steve, de 10 anos: "Eu quero me casar com alguém bem parecido com a minha mãe, menos, eu espero, que ela não me obrigue a arrumar o meu quarto". Bobby, de 9 anos: "Eu não tenho que me casar com alguém que seja rico, apenas que tenha uma mesada maior que a minha".

Raymond, de 9 anos: "Em primeiro lugar, ela tem que gostar de pizza; depois, ela tem que gostar de torta de ricota; depois, ela tem que gostar de chocolate; e então, o nosso casamento durará para sempre". (Moments Together For Couples, Dennis e Barbara Rainey, 12 de janeiro, Real Books. Trad. J.S.F.)

Por que será que as pessoas se casam? Por medo da solidão? Pra fugirem do domínio dos pais? Para ter filhos? Para ter sexo seguro? Para poderem subir na vida profissional?

Deus nos deu a verdadeira razão em Gênesis 2.18,24: "Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea. (....) Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão uma só carne".

O propósito do casamento não deve ser usufruir da felicidade, mas proporcioná-la ao outro.

William Barclay conta a experiência do "poeta Thomas Carlyle, que amava Jane Welsh Carlyle. Mas Carlyle vivia sempre mal-humorado ("cross-grained") e irritado com ela. Ele nunca tornou a vida feliz para ela. De repente, ela morre. J. A. Froude nos fala dos sentimentos de Carlyle quando isso aconteceu: `Ele estava examinando os papéis, cadernos e diários deixados por ela. Antigas recordações voltaram à sua mente. Em suas longas noites de insônia, reconhecia tarde demais o que sua esposa sentira e sofrera por causa de suas infantis irritações. Suas faltas para com ela tornavam-se agora em julgamento impiedoso. E se ele pouco pensou nessas faltas antes, agora as exagerava para si mesmo, em inútil arrependimento: `Oh!`, clamava muitas vezes, `se eu pudesse vê-la uma vez mais, que fosse apenas por cinco minutos, diria a ela que sempre a amei. Ela jamais o soube, jamais!`. Há um tempo certo para se fazer e para se dizer certas coisas; e quando esse tempo tiver passado, essas coisas não mais poderão ser ditas nem feitas" (BARCLAY, William. The Gospel of John, vol. II, p. 131).

Que Deise e Eliseu pensem no bem-estar um do outro! Que ele viva para fazê-LA feliz! Que ela viva para fazê-LO feliz! A vida é extremamente curta para ser desperdiçada com brigas, com disputas desagradáveis, às vezes completamente desnecessárias. Vivam de tal modo que a passagem do tempo embranqueça os seus cabelos mas não escureça as suas esperanças. Fomentem o sorriso, preservem a gargalhada, cultivem a oração, cantem e louvem a Deus, dando graças por tudo. Até quando? Até que a morte os separe.

Há pouco tempo ouvi, num programa de rádio, um poema inserido num sermão pregado na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, pelo Rev. Amantino Adorno Vassão. Gostei muito do poema. Escrevi ao Rev. Amantino, pedindo-lhe cópia do referido poema, que passo a ler para os queridos noivos e para este ilustre auditório. O poema é de A. K. Rowswell e foi traduzido pelo Rev. Amantino, que acrescentou, de lavra sua, a última estrofe:

SE VOCÊ PARTIR PRIMEIRO...

Se você partir primeiro, e eu ficar, percorrendo, solitário(a), a nossa estrada, viverei, amor, no Jardim das Lembranças, a felicidade da nossa jornada. Na primavera, terei as rubras rosas; no quente verão, as brancas margaridas; no outono, ao cair das folhas amarelas, lembrarei a doce união das nossas vidas.

Se você partir primeiro, e eu ficar para a batalha a ser, ainda enfrentada, cada coisa que você, ao passar, tocou será para mim por demais sagrada. Ouvirei sua voz, reverei seu sorriso, na perspectiva amena da lembrança, embora, às cegas, caminhe tateando, amparado na firmeza da esperança.

Se você partir primeiro, e eu ficar para encerrar nossa tarefa comum, nenhuma sombra obscurecerá: A tarefa dos dois será feita por um. Nós gozamos tamanha felicidade e sorvemos nossa taça de alegria! Tal recordação é dádiva de Deus que a morte nunca, jamais, apagaria!

Se você partir primeiro, e eu ficar, há uma só coisa que suplico a você: Logo a seguirei, por divina mercê. Gostarei de ouvir seus mansos, doces passos, para que meu é o mesmo rumo tome, assim, ao final da minha caminhada, você me ouvirá, feliz, chamar seu nome.

Se você partir primeiro, e eu ficar, relembrando nossos momentos de amor, com redobrada fé e mais dedicação, por ambos servirei ao fiel Senhor. Permanecerei na fé que professamos, e quando, enfim, o Pai do céu me chamar, a terra deixarei e partirei cantando a gozar a bênção do celeste lar.
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