EX-LGBTT

Nesta página você será edificado com testemunhos de pessoas que vivenciaram o estado da homossexualidade e insatisfeitos buscaram ajuda e foram restauradas em sua identidade sexual e hoje vivem uma vida plena em Cristo.

- Ex-Lésbica Melissa Fryear – EUA
- Ex-Lésbica Charlene Cothran – EX-ATIVISTA GAY DOS EUA
- Ex-Lésbica Janet Boyner – EUA
- EX-Gay Dennis Jernigan – Escritor e Ministro de Louvor EUA
- Ex-travesti (curado AIDS) – Miss. Célio Silva - Fortaleza
- Ex-lésbica – Selma Guides – Cuiabá-MT
- Ex-travesti – Darwin – Fortaleza
- Ex-gay – ex- Modelo Maurício Freire - São Paulo
- Ex-gay – Saulo Navarro - Curitiba
- Ex-gay – Sérgio Dutra – Londres
- Ex- líder gay – Patrick B. Craine – EUA
- Ex-Travesti – Pr. Valdiney Zuba
- Ex-gay – Pr. João Carlos Xavier – Cabo Frio-RJ
- Ex-Travesti – Miss. Vagner
- Ex-gay - João Longo – Peixoto de Azevedo – MT
- Ex- Lésbica – Leda Maria – Barcelona


Testemunho de Melissa Fryrear – Libertada do lesbianismo


História da Ex-Lésbica editora da revista VENUS, ela conta como entregou sua vida a Jesus e relata as estratégias envolvendo Leis para favorecer homossexuais


Testemunho do Dennis Jernigan – Ex-homossexual no Encontro Louvor e Adoração do Diante do Trono


Ex-lésbica Janet Boynes conta comovente testemunho de conversão

(Por Matthew Cullinan Hoffman) – A ex-lésbica Janet Boynes diz que sua homossexualidade começou como começa para muitas mulheres: como reação a abuso sexual e psicológico que ela sofreu como menina.

Ela foi criada por um dos namorados de sua mãe, um alcoólatra que abusava de sua mãe, que por sua vez mostrava pouca afeição por Boynes. Aos 12 anos ela foi abusada sexualmente por um parente, que era então coroinha na igreja dela. Ela começou a sofrer aversão a homens, e descobriu que seu próprio sexo era mais atraente. Ela também começou a usar drogas.

“Eu estava começando a me sentir mais atraída às mulheres”, Boynes disse para a rede de televisão evangélica CBN [do Rev. Pat Robertson] numa entrevista recente. “Tantos homens haviam me magoado que essas mulheres, pensava eu, eram muito mais iguais a mim”.

Sua dor estava acobertada numa falsa masculinidade que a transformou numa valentona de escola, diz ela, e já na escola as pessoas começaram a perguntar se ela era lésbica — uma ideia que ela evitou até os 20 anos de idade, quando sua solidão a levou a seu primeiro encontro sexual com uma mulher.

Embora tivesse experimentado uma conversão ao Cristianismo, Boynes diz que suas experiências lésbicas a levaram a rejeitar sua fé e entrar no estilo de vida homossexual, com todas as suas turbulências e sofrimento. Ela mudava de um relacionamento para outro, ficou mais viciada em cocaína e desenvolveu bulimia, diz ela.

“Minha vida era miserável. Estava começando a ficar literalmente em apuros”, diz Boynes. “Mas eu estava recusando voltar a Deus”.

No entanto, sua vida começou a mudar quando ela foi convidada a visitar uma igreja local que ela muitas vezes havia visto em seu caminho ao trabalho.

“E eu, não pensando no meu perfeito juízo, disse, ‘Certamente, Irei’ e fui vestindo calça de esporte, com aparência encardida, não sabendo o que esperar”, Boynes disse para CBN. “Estou numa sala com outras nove mulheres, mulheres simplesmente belas, femininas, e pensei, ‘no que foi que me meti?’ Estou sentada ali com a cabeça baixa, me sentindo muito envergonhada, achando que essas mulheres são tão cruéis que vão me repreender e me expulsar”.

“Todas se apresentaram, e quando olharam para mim, me perguntaram meu nome, e eu disse, ‘meu nome é Janet’ e disse, ‘estou vivendo uma vida homossexual. Mas se vocês me ajudarem, eu viverei minha vida para o Senhor’”.

Boynes diz que lhe mostraram compaixão e compreensão, e os membros da igreja lhe deram apoio na luta dela para se libertar de seu estilo de vida viciante. Um casal acabou se oferecendo para abrigá-la em seu lar, onde ela viveu durante um ano e recebeu o amor que ela jamais havia experimentado como menina. Ela abandonou o lesbianismo permanentemente, e recuperou sua identidade heterossexual.

“Quero que todas as outras pessoas que estão vivendo a vida homossexual que não tiveram uma grande mãe ou que não tiveram um grande pai experimentem que Deus é pai para os que não têm pai ou mãe”, diz Boynes. “É isso o que ele fez por mim; ele fará por eles também”.

Onze anos mais tarde, Boynes dirige um ministério que oferece ajuda para aqueles que estão tentando escapar do estilo de vida homossexual. Ela recentemente testificou na comissão judiciária do Senado de Minnesota contra a criação do “casamento” homossexual.

Comentando que ela e uma de suas parceiras lésbicas queriam “se casar” e adotar crianças, ela disse para a comissão: “Estou tão grata que não prosseguimos com o plano e que não perpetuamos outra família disfuncional. Crianças precisam de uma mãe e de um pai”.

Ela também comentou que “ao legalizar o casamento homossexual você está apoiando e incentivando conduta que as evidências científicas mostram adoece as pessoas, muitas vezes de forma incurável e fatal. Vi isso confirmado nas vidas de muitos dos meus amigos enquanto eu estava vivendo o estilo de vida lésbico”.

http://ohomossexualismo.blogspot.com/2011/12/jornada-para-masculinidade-ex.html

Jornada para a masculinidade: ex-transsexual conta seu testemunho

Peter Baklinski

CARLSBAD, Califórnia, EUA, 3 de Novembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — Walt Heyer era um menininho crescendo na Califórnia em meados da década 1940, interessado em cowboys, carros e violões quando certo dia, a avó dele teve a imaginação estranha de que ele queria ser uma menina. Ela ingenuamente lhe fez um vestido roxo de baile, com fita de enfeite, que ele costumava usar quando a visitava.

De acordo com Walt, usar aquele vestido roxo com fita de enfeite desencadeou algo que o colocou numa longa trajectória de 35 anos que o levou a um vale escuro de “tormento, desilusão, mágoas e tristezas”. Sua confusão com sua identidade sexual o levou ao alcoolismo, vício de drogas e tentativa de suicídio.

No fim, Walt recorreria à “cirurgia de mudança de sexo” com vaginoplastia para fazê-lo se parecer como uma mulher, algo que ele veio a lamentar profundamente e que ele agora aconselha indivíduos com confusão sexual a evitar. “Ele (Deus) havia me criado como homem, do jeito que eu era, e nenhuma faca iria jamais mudar isso”, Walt disse para LifeSiteNews.com numa recente entrevista.

Envergonhado de Ser Homem

Em seu livro de 2006, “Trading my Sorrows” (Negociando minhas Tristezas), Walt relata que o vestido roxo foi apenas a primeira de muitas influências em sua vida que fizeram com que ele sentisse vergonha de ser homem. Houve o abuso sexual que ele sofreu nas mãos de seu tio que ele diz que fez com que ele sentisse vergonha de seus órgãos sexuais. Havia a austera disciplina de seu pai — praticamente indistinguível de abuso físico, diz ele — que fez com que ele se sentisse incapaz de ser o menino que seu pai queria que ele fosse.

Walt se lembra de nunca se sentir bem o suficiente para seus pais, nunca conseguir agradar a eles e nunca receber os elogios que ele muito desejava.

“O que eu desesperadamente queria era elogios dos meus pais pelas coisas que eu fazia muito bem, e encontrar meu próprio lugar ideal onde eu pudesse me expressar, desenvolver meus talentos e fazer algo de que eu gostasse”, explicou Walt em seu livro.

O menininho que não tinha nenhuma auto-estima começou a desprezar a si e a seu corpo. Walt começou a se consolar se vestindo como menina e guardando esse segredo de seus pais. Vestir-se como uma menina se tornou seu esconderijo onde ele se sentia a salvo da disciplina e conflitos dolorosos que seu pai e mãe lhe davam.

A Mulher Tirana Interior

Quando passou pela adolescência, Walt diz que a menina que estava dentro de sua cabeça foi ficando mais forte e exigia mais de seu tempo. Apesar do fato de que Walt adorava carros que chamavam a atenção e namorou mocinhas atraentes no colegial, não importava quanto ele se esforçasse, ele não conseguia expulsar a obsessão de se tornar uma mulher. Depois da escola secundária, Walt saiu da casa de seus pais e foi morar em sua própria casa, de modo que ele pudesse usar roupas de mulher na privacidade de seu próprio lar. Nessa altura, ele havia amontoado muitas roupas femininas, mas ainda sentia uma vergonha profunda de seu hábito secreto.

Walt acabou se casando, ficou rico e a partir de todas as aparências exteriores, estava vivendo o sonho americano. Ele continuava suas contínuas escapadas para o mundo de seu segredo de mulher.

Walt diz que estava vivendo três vidas diferentes de “homem de negócios bem-sucedido e beberrão, o quadro perfeito de um pai e marido amoroso e um travesti mulherzinha”. Contudo, por dentro, Walt estava experimentando desastre e desilusão. Tudo na vida dele começou a desmoronar.

Ele recorreu ao álcool como um mecanismo para lidar com seus problemas, mas isso só aumentou seu desejo de se tornar uma mulher. Ele diz que permitiu que a menina que estava dentro de sua cabeça se expressasse mais e mais à medida que ele desesperadamente tentava agarrar momentos de alívio do furioso mar de sofrimento e tristeza que estava sua vida.

No fim, Walt colocou todas as suas esperanças na cirurgia de sexo como a solução que faria seu sofrimento desaparecer permanentemente.

A Cirurgia

Primeiro, vieram os grandes peitos, implantados pela cirurgia plástica. Então, veio o procedimento que Walt mais lamenta, a transformação cirúrgica de seu órgão reprodutor masculino para a aparência de um órgão reprodutor feminino.

Walt havia esperado que o procedimento aliviasse sua “debilitante angústia psicológica” e fizesse cessar, uma vez por todas, o conflito que o havia atormentado desde sua infância. Mas para seu desânimo e grande tristeza, rearranjar seus órgãos sexuais e mudar sua aparência não efectuou a mudança correspondente em seu interior.


Walt Heyer viveu oito anos como Laura (à direita)

Depois da cirurgia, a mente de Walt se tornou um campo de batalha de pensamentos e desejos conflitantes que ele só poderia descrever como “agravantes, desoladores, deprimentes, contraditórios, distorcidos e imprevisíveis”.

Depois da cirurgia, cada dia que passava deixava mais claro para Walt que ele havia cometido um “erro imenso”. Seu vício à cocaína e ao álcool, numa tentativa de entorpecer o sofrimento emocional, só aumentou seu tormento, depressão e solidão.

Walt agora sabia que a faca do cirurgião e a amputação consequente não o haviam transformado de homem para mulher. Ele percebeu que a cirurgia era uma “fraude completa”. Ele sentia que não tinha escolha, senão viver uma vida como uma mulher cirúrgica, um “impostor”.

Tentativa de suicídio

Nesse ponto, ele chegou ao fundo do poço. A cirurgia havia destruído a identidade de Walt, sua família, seu círculo social e sua carreira. Ele estava sentindo que nada mais lhe restava, a não ser morrer. Walt, que estava se passando pelo nome de Laura Jensen, tentou atirar-se de cima de um prédio, mas foi impedido por um transeunte.

Sem ter onde morar e sem um centavo no bolso, o arruinado “transsexual” teria terminado vivendo na rua se um bom samaritano não tivesse lhe dado um lugar para dormir numa garagem. Esse novo amigo incentivou Walt a frequentar as reuniões dos Alcoólatras Anónimos onde ele percebeu que precisava se conectar a uma “força mais elevada” se quisesse escapar da bagunça em que havia se metido.

Walt começou a compreender mais e mais que ele era verdadeiramente um homem, mas um homem que estava encoberto num “disfarce de mulher”.

“Eu estava muito consciente de que estava agora na lata de lixo da raça humana, uma vida desperdiçada e jogada fora, pervertida por minhas próprias escolhas. O álcool, as drogas e a cirurgia haviam me deixado inútil para qualquer um. Eu havia fracassado de forma desgraçada como o homem que Deus havia me criado para ser”.

Saindo do Vale da Escuridão

Com a ajuda de alguns amigos cristãos que ele havia descoberto recentemente, Walt começou uma jornada em direcção à cura e à descoberta de sua verdadeira identidade como homem. Walt percebeu que a chave para ganhar a batalha que assolava dentro de si era a sobriedade. O lema e constante oração interior dele se tornaram: “Permaneça sóbrio — não importa o que aconteça — permaneça sóbrio”. Ele colocou de lado o álcool e se voltou para Jesus como uma fonte recém-encontrada de força.

Certa vez, durante um tempo de oração com seu psicólogo cristão, Walt diz que sentiu espiritualmente o Senhor, todo vestido de branco, que se aproximou dele com os braços estendidos, abraçou-o completamente e disse: “Agora você está para sempre a salvo comigo”. Foi nesse momento que Walt soube que encontraria a cura e a paz que ele desejava tão intensamente em Jesus.

Walt disse para LifeSiteNews numa entrevista que aqueles que estão passando por lutas com relação à sua identidade como homem ou mulher e acham que a operação de sexo é a solução “precisam ir a um psicólogo ou psiquiatra e iniciar uma terapia e cavar profundo para descobrir o que está provocando esse desejo, pois há alguma questão psicológica ou psiquiátrica obscura que não foi resolvida e que precisa ser investigada — quer seja abuso sexual, quer seja abuso físico ou quer seja uma questão de modelos na vida. Pode levar um ano investigar as questões profundas que estão ocorrendo e então, quando você faz essa investigação, você pode levar a pessoa a um ponto em que ela pode começar a entender seu sexo e começar a aceitar seu sexo e querer viver o sexo que Deus lhe deu”.

Agora, como um homem idoso, Walt crê que se pudesse voltar no tempo e dizer algumas palavras significativas para si como um homem mais jovem, ele orientaria o homem mais jovem a evitar a cirurgia de sexo, e descobrir a causa principal por trás do desejo pela cirurgia.

Walt acredita que sua vida dá testemunho do poder da esperança, que nunca devemos desistir de alguém, não importa quantas vezes ele ou ela falhe ou quantas reviravoltas haja no caminho para a recuperação. Acima de tudo o mais, diz Walt, nunca devemos “subestimar o poder curador da oração e amor nas mãos do Senhor”.

Para entrar em contato com Walt Heyer
E-mail: waltsbook@yahoo.com

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/journey-to-manhood-a-former-transsexual-tells-his-story

TESTEMUNHO DO EX-TRAVESTI MISS. CÉLIO DE FORTALEZA

http://transformadopeloopoderdedeus.blogspot.com/p/testemunho-do-ex-travesti-celio.html

DEPOIMENTO DE SELMA GUIDES – EX-LÉSBICA - Cuiabá-MT

Tive uma infância difícil, minha mãe conta que fui rejeitada ainda no ventre, cresci sentindo-me inferior e rejeitada. Ainda criança fui abusada sexualmente por um irmão e por um primo, chegando a adolescência tive meu primeiro envolvimento homossexual com a minha tia da mesma idade que eu, nunca entendia o porque só sentia atração e desejos por mulheres, e esses desejos me fazia mal, eu não queria ter esses desejos e vivia lutando contra eles, aos 17 anos conheci uma mulher a qual tive um relacionamento por 10 anos, mas no meu interior travava uma luta porque o meu corpo desejava e minha mente não, pra mim não era normal esse tipo de relacionamento, mas como mudar se eu achava que tinha nascido assim.

Um dia inconformada com esta vida, me sentido frustrada, vazia, depressiva resolvi então buscar ajuda com minhas próprias pernas, pois pensava: alguém precisa me ajudar, deve ter uma solução, e Deus colocou em meu caminho pastores que me ajudaram em aconselhamento e oração e também procurei um tratamento psicológico, cheguei na clínica e disse a psicóloga: – estou aqui, porque NÃO QUERO mais viver uma vida na homossexualidade, creio que Deus me fez mulher e quero sentir e viver como uma mulher, e como foi maravilhoso pois a psicoterapia me fez descobrir quem eu era como mulher, restaurando a minha verdadeira sexualidade, curando-me dos traumas da infância, traumas adquiridos pela rejeição, pelos abusos sexuais.

Tudo isso aconteceu a 19 anos atrás, o acompanhamento psicológico foi uma benção em minha vida, sou uma mulher feliz como hetero, sem rejeição, sem conflitos, graças a Deus que naquela época não existia essa Resolução 01/99, os psicólogos ainda podiam ajudar muitas pessoas que eram infelizes e frustradas neste estado da homossexualidade.

TESTEMUNHO DE LEDA MARIA

EX- LÉSBICA


Na realidade não sei exatamente quando me dei conta de quando comecei a sentir desejos por pessoas do meu mesmo sexo, pois há apenas cinco anos atrás eu era incapaz de lembrar-me de todas as coisas que vou contar-lhes . Primeiro, porque para mim não interessava reviver estas recordações e muito menos lembrar-me de coisas que me fizeram sofrer e segundo lugar… porque não cria que fosse necessário para mim ter que recordá-las para poder reconhecer tudo o que Deus fez em minha vida. Tudo começou, quando o meu pai se separou da minha mãe, quando eu só tinha 4 anos de idade. Por conseqüência desta separação passamos maus momentos, de fome e necessidade (uma vez dormimos embaixo de uma ponte). Mesmo ainda muito pequenina, em minha mente ficou registrado este terrível episódio da minha vida. Cresci com este sentimento de rejeição do meu pai, minhas carências … e além disso, ainda passei por muitas rejeições dos garotos que eu me interessava, mas que nunca me davam bola.

Minha primeira experiência sexual foi a masturbação.

Quando eu tinha quase 8 anos, a minha mãe trabalhava em casa de uma senhora que era muito jovem, bonita, loira, alta e tinha um belo corpo. A mamãe me levava com ela para que eu pudesse ajudá-la com seu trabalho. O prédio era próximo a praia e sua chefe quase todos os dias saia para tomar sol e voltava à casa somente de biquini. Várias vezes, olhei aquela mulher com admiração e um verdadeiro interesse que até então, eu achava que era porque desejava ser bonita como ela e ter um corpo bonito como o dela, e suas pernas me chamavam uma especial atenção. Esta mulher, sem más intenções, de vez em quando me pedia para fazer-lhe massagens nos pés enquanto ela se jogava a dormir na cama. Me lembro que um dia ela dormiu e eu entrei debaixo da sua cama e pela primeira vez me masturbei pensando nela. Naquele tempo não era consciente ainda do que me estava ocorrendo e esta mesma cena se repetiu muitas outras vezes. Comento-lhes este detalhe, para que vocês possam dar-se conta de como o inimigo começa a trabalhar seu plano em nossas vidas muitas vezes ainda quando somos pequenos.

O sexo é um arma muito poderosa que o diabo usa para fisgar-nos, e se torna ainda mais fácil quando ele começa a incentivar-nos quando ainda somos crianças, por sermos muito influenciáveis e imaturos. Ele usa uma estratégia tão sutil para seu ataque, que fica quase impossível de percebemos. Minha mãe era espírita e nos levava com ela aos rituais, ou seja, eu era o alvo perfeito do inimigo, já que minha mãe vivia encadeada e servia com sua vida a Satanás.

Minha mãe quando não poderia levar-nos com ela ao trabalho, deixava-nos na casa de uma senhora para que nos cuidasse, e o marido desta abusava de mim, não tinha sexo mas era um abuso, eu era menina ainda. Fui abusada também por garotos do meu bairro. Um amigo da minha mãe nos levava para passeios em bicicleta e no caminho tocava nos nossos órgãos sexuais . E os anos foram pasando e mesmo com a infância destruida; cheguei a me apaixonar por alguns garotos do bairro, mas infelizmente, a frustração e a rejeição sempre fizeram parte de minha vida. Com 18 anos, eu já reclamava para Deus, por um namorado que não chegava, pois eu sonhava muito em ter uma família numerosa… Bem, minha mãe acreditava em Deus e nos ensinou a crer, só que ela ignorava que Deus queria ser o centro da sua vida. Por ignorancia, não sabia a diferença de crer em Deus e fazer a vontade de Deus. Era uma mulher com pouca cultura, tinha estudado pouco, e o a mais que sabia, tinha aprendido por si só. Começou a trabalhar muito cedo, era muito pobre… creio que todos estes fatores influíram muito em sua vida também à hora de ser mãe, nos amava com loucura mas não era uma mãe carinhosa como algumas das mães de minhas amigas.

Aos quase 20 anos, fui abusada por um homem que me enganou e me obrigou a transar com ele num motel. Estas coisas vão acontecendo em nossas vidas, e sem dar-nos contas provocam feridas profundas que o inimigo usa para afundarnos ainda mais.

Primeira relação com garota

Comecei a trabalhar, e todos os dias pegava um ônibus as 6 da manhã que me levava a uma rodoviária e embarcava em outro que me deixava no trabalho. Demorava 3 horas para chegar ao meu trabalho. Foi neste tempo que conheci uma garota que fazia o mesmo trajeto que eu, e iniciamos uma amizade. Cada dia nos encontrávamos para irmos juntas à cidade. O diabo não tem pressa e está disposto a esperar o tempo que for necessário. Nossa amizade se fazia mais sólida dia após dia. De vez em quando coincidíamos no baile que eu freqüentava. Mais tarde percebi que o fim de semana que não a via, sentia a sua falta de uma forma fora do normal. Meu coraçao estaba enganado como diz a Biblia, eu acreditava estar apaixonada.

Um sábado decidi ir procurá-la em sua casa, desejava vê-la, mas quando cheguei a sua casa, sua madrasta me recebeu mal e me disse que se eu fosse uma garota decente, não seria bom que eu tivesse uma amizade com aquela garota. Foi então quando tomei conhecimento de que esta garota vivia como casal com outra garota. Essa revelação me surpreendeu, pois pela primeira vez ouvi falar de homossexualidade. Regressei para casa confundida e comecei a pesquisar tudo o que pude sobre o tema, e no meio da semana falei com ela sobre o ocorrido. Então ela me confessou o que eu queria saber. Para mim aquilo era horrível! Mas pouco a pouco o diabo foi pondo em mim o desejo de provar aquilo que para mim poderia ser uma nova experiência. Não tinha ido bem com os garotos… mas poderia ir bem com as garotas. Confesso que não pensei nisso, mas era exatamente o que o demônio me estava propondo. E movida por este desejo misturado com confusão e por este sentimento enganoso que eu pensava que sentia por ela. Foi ai, que comecei a dar meus primeiros passos sobre areias movediças.

Um dia minha mamãe percebeu o que me passava, porque eu em casa já não era a mesma, além de quase não ser vista, falava da garota constantemente e pelas noites de sábado chorava sentindo a falta dela. Por mais tonta que fosse minha mãe (que não era), se previniu. Tivemos uma conversa séria, mas como era minha mãe, a conversa não passou de “te ensinei tudo, menos isso.” “Se vais seguir com esta história, vais ter que escolher entre esta garota e nós” “não quero ter uma filha sapatão em minha casa”. Desde então o inimigo começou a tomar realmente o controle da minha vida. E crendo estar apaixonada, abandonei minha família e fui viver com esta garota que já tinha separado da outra, (o diabo preparou tudo), comecei a viver a minha maneira, “livre da crítica de minha mãe”, livre dos bons conselhos que ela me podia dar e livre de tudo o que ela podia me reclamar. Passei a tomar minhas próprias decisões e a viver de acordo com minha vontade. E quando estamos desta maneira, não escutamos nenhum conselho.

Entrando no abismo

No princípio tudo é muito bonito, e comigo não foi diferente. Parecia um sonho, me sentia feliz e estava com a pessoa que eu cria que amava! Mas os dias iam passando e tudo foi mudando, as relações naturais, se não estão fundadas sobre a Rocha que é Cristo, se deterioram , e ainda mais a minha que ia totalmente contra vontade de Deus. Tudo se tornou monótono, e ao final nos separamos depois de 4 anos de relação. Como um abismo chama a outro abismo, comecei a conhecer mais garotas, e a freqüentar os ambientes gays (GLS). Me sentia muito só apesar de que sempre estava rodeada de muitos amigos, era terrível! Percebi que eu tinha um vazio dentro de mim que foi crescendo ano após ano e que nada nem ninguém podia enchê-lo. No entanto, eu não era capaz de reconhecer que era do Amor de Cristo na realidade que minha vida estava precisando. Eu preferia buscar me encher de coisas fora da vontade de Deus.

Não sentia satisfação suficiente com uma garota, mas também tinha dificuldade para estabelecer novas relações de caráter sentimental. Decidi pôr um anúncio numa revista erótica de contatos. Recebi muitas cartas e aproveitei para começar também a escrever contos eróticos, já que eu me dava muito bem escrevendo este gênero. As cartas não paravam de chegar. Era tremendo como o inimigo tinha tudo preparado, encontro que marcava e garota que unia. Só agora penso que o diabo já sábia do plano de Deus para minha vida. Com o tempo as garotas passaram a ser pouca coisa para mim, e comecei a ir muito mais longe… comecei a sair também com casais, travestis…sexo em grupo e para mais baixo ainda me levou o inimigo. Não tinha nenhum tipo de escrúpulos e me deitava com qualquer pessoa que me desse vontade. Velhas, jovens, gordas, feias ou bonitas, para mim pareciam o mesmo, eu era capaz de encontrar beleza na mulher mas feia do mundo porque não me importava a pessoa, me importava o sexo. Sei que o inimigo me levou a este extremo porque queria assegurar-se que depois de estar tão enganchada e presa a isso, que séria impossível para mim chegar-me ao Senhor por não ter suficiente forças. E a verdade é que me custou muito, não foi nada fácil.

Escutando de Jesus

O Brasil é um país onde o evangelho está muito avivado. E apesar de sermos espíritas tínhamos vários amigos evangélicos e inclusive pastores, e minha mãe tinha muito boa relação com eles. Um dia motivada pela insistência de um pastor amigo nosso, visitamos uma igreja evangélica, Assembléia de Deus. Foi um culto bonito e ali pela primeira vez As Boas Novas chegaram ao coração de minha mãe e da minha irmã.

Minha irmã começou a freqüentar esta igreja e em pouco tempo aceitou a Cristo. Minha mamãe também, mas para minha ainda era cedo demais. Visitei várias vezes a igreja, várias vezes levantei a mão aceitando a Cristo mas quando eu saia dali era como se nada tivesse acontecido, eu sempre dizia ao Senhor que ele vivia dentro de meu coração, mas que não podia segui-lo, porque para segui-lo implicava deixar tudo. Eu tomava muito a sério o que as pessoas me falavam a respeito de Jesus. Entendia e aceitava a Bíblia, mas não podia aceitar que para seguir a Cristo tivesse que deixar tudo. Em 1990 perdi meu único tesouro, perdi a minha mãe. Outro golpe, sem meu pai, e agora também sem minha mãe…

Pensei em me matar, mas ainda tinha a minha irmã que precisava de mim. Estava separada do marido e com duas meninas pequenas… seria demais para ela perder também sua única irmã. Em 1991 surgiu uma oportunidade de viajar para a Espanha, para passar um ano trabalhando com um cônsul do Brasil e mesmo temendo deixar a minha irmã só, decidi tentar. O primeiro que fiz ao chegar em Barcelona foi procurar os endereços dos ambientes gays, queria estar no meu ambiente, e respirar meu ar. Também conheci a um pastor americano que me convidou para ir a sua igreja, mas isso não foi bom porque o inimigo já se tinha encarregado de colocar outra garota em meu caminho.

Em 1992 minha irmã veio visitar-me, neste tempo eu vivia com uma garota e essa foi a última. Minha irmã sempre compartilhou o evangelho comigo, mas em mim havia algo que me impedia de chegar-me a Deus. Podia acreditar nele e queria seguir-lhe, conhecer-lhe… mas não podía, não conseguia. Em 1994 depois de 4 anos de convivência, minha companheira me deu a triste notícia de que estava apaixonada por outra e o mundo se derrubou sobre a minha cabeça.

O diabo sabia que tinha seus dias contados em minha vida e por isso queria mais, queria levar-me mais longe. Me senti outra vez desprezada e traída, e isso não pude suportar. O diabo usou uma de suas armas mais poderosas: O CIÚME. Agora posso rir ao recordar essa situação, mas naqueles momentos me encontrava só em Barcelona e não tinha nem a minha irmã ao meu lado para me ajudar. Pensei enganosamente que a vida sem esta garota não tinha mais sentido e que para mim seria igual estar viva ou morrer. Me aterrorizava a idéia de separar-me dela, já que, minhas coisas eram suas coisas, meus amigos seus amigos…e estava tão acostumada com ela, que me separar parecia o fim do mundo. Eu tinha uma grande dependência emocional e esta dependência me fazia acreditar que a amava tanto, que não poderia viver sem ela. Estava acontecendo segundo o planejado pelo inimigo. Decidi que viver sem ela não poderia ser e me propus a matá-la. Vejam até onde eu tinha chegado, Deus meu! Já não valorizava mais nem minha vida e tudo para mim era igual. Eu estava tão cega! Que não podia ver nada mais que os meus sentimentos.

A dependência pode ser tão grande que ficamos alucinados e nos tornamos egoístas. O plano do inimigo era perfeito, ele colocou na minha cabeça que a solução seria eu matar a garota. Mas os planos do Senhor eram completamente diferentes do que eu imaginava. Na noite anterior, me sentei em minha cama e coloquei no som uma fita das que minha irmã costumava me enviar , em lugar de carta ela costumava me enviar fitas gravadas onde sempre terminava com uma canção ao Senhor. A escutei e foi uma das noites mais importantes de minha vida. Deus me fez entender que não valia a pena levar a frente a idéia de acabar com a vida da garota e que Ele sábia todas as coisas. Chorei quase toda a noite pensando em tudo o que tinha me acontecido e decidi regressar ao Brasil sem bilhete de volta. E em três dias estava lá.

O primeiro mês foi horrível, mas Deus tinha seu plano perfeito e pouco a pouco fui recuperando-me. Um dia visitei a igreja onde a minha irmã congregava e era dia de batismo, o pastor fez um chamado tão especial que estive a ponto de levantar minhas mãos outra vez e tentar novamente seguir a Cristo, mas duvidei se desta vez tinha forças para seguir. Oito meses depois regressei a Barcelona, e comecei a trabalhar. Depois veio minha irmã e junto com ela fui à igreja que ela freqüentava nesta cidade. E numa oração profunda e simples, diante de Deus comecei a falar: “ Senhor, minha irmã sempre me falou de um Deus grande que sabe e pode todas as coisas. Se tu tens algo comigo, e queres fazer algo com minha vida, por favor faz a tua vontade em mim, porque eu não posso fazer nada sem ti”. Essa foi a oração da minha vida. E comecei a caminhar com Cristo, e Ele começou a trabalhar em meus problemas, a encher meus vazios, a curar minhas feridas antigas, começou a cuidar dos meus sentimentos e a dar conforme as minhas necessidades. Ele deu forma e sentido a mina vida.

Já faz quase 13 anos que caminho com o Senhor. Pude deixar atrás todos aqueles prejuízos, pude perdoar a meu pai pelo abandono e a rejeição que me fez tanto dano, perdoei a todos aqueles que me fizeram mal, aprendi a amar a Cristo sobre todas as coisas e a reconhecer que fora dele não há nada nem ninguém que pode encher o vazio da minha a vida. Conheci seu amor e seu perdão…. entendi que Deus não estava preocupado por meus pecados, estava preocupado por mim porque me ama, que não lhe agrada o pecado, mas que nos ama independente do que fazemos e que está disposto a ter uma relação íntima conosco. O Senhor transformou meu lamento em festa e hoje estou aqui disposta a ajudar a todas aquelas pessoas que como eu, têm conflitos com sua sexualidade e que querem conhecer a este Deus tão maravilhoso, que hoje posso dizer que chegou em minha vida. Deus não rejeita ninguém e Deus nunca me exigiu nada, só me amou.

Com Deus tudo podemos, basta querermos. Que Deus abençoe vocês e espero que meu testemunho tenha sido uma benção em sua vida.

Shalom

TESTEMUNHO MAURÍCIO FREIRE

UM RAPAZ QUE FOI MODELO, CONHECEU O MUNDO DA HOMOSSEXUALIDADE, SUAS ILUSÕES, ENGANOS E DECEÇPÇÕES, ATÉ QUE ATRAVES DA PALAVRA DE DEUS CONHECEU A JESUS CRISTO QUE O LIBERTOU E RESTAUROU SUA IDENTIDADE SEXUAL

Quando meus pais se casaram, eles eram evangélicos e pertenciam a uma denominação muito rígida e doutrinária. Pouco tempo depois do casamento, meu pai começou a beber e se desviou da igreja. A bebida o transformou em um homem violento e com isso minha mãe passou a sofrer maus tratos nas mãos dele. Não demorou muito e minha mãe também acabou se desviando da igreja.

Com o passar dos anos, os filhos foram nascendo e quando minha mãe ficou grávida de mim, ela já tinha 5 filhos e minha família estava passando por sérios problemas com meu pai, por esse motivo minha gestação foi rejeitada por minha mãe que não queria mais um filho pra sofrer.

Nasci no dia 7 de maio de 1972. Nessa época minha família estava totalmente destruída e quando eu estava com dois anos meus pais se separaram por iniciativa da minha mãe, que não agüentava mais a vida que estava levando.

Então, minha mãe alugou um quartinho num cortiço muito feio onde havia várias casas de um cômodo e um banheiro comunitário para todas as famílias. Ali fomos morar, minha mãe, eu, meu irmão (que é dois anos mais velho que eu) e duas irmãs. Meus dois irmãos mais velhos ficaram morando na casa da minha avó materna, com meu pai. Enquanto minha mãe trabalhava, minhas irmãs que eram um pouco mais velhas (uma tinha 10 e a outra 12 anos) tomavam conta de mim e do meu irmão.

Como eu não estava acostumado a ficar sem a minha mãe, eu chorava muito e por esse motivo passei a ser humilhado pelos vizinhos e também por meus irmãos que me chamavam de chorão, mocinha, florzinha, e até de bichinha, tudo isso aos três anos de idade. Sem saber, meus irmãos e até minha mãe deram legalidade para que alguns demônios começassem a atuar em minha vida. Também passei a ser vitima de violência doméstica, pois meus irmãos não sabiam como lidar com a minha situação e então me batiam muito e apanhar passou a fazer parte da minha rotina.

Ali naquele lugar havia uma vizinha que sempre brigava com uma das minhas irmãs e eu era usado por ela para afrontar minha irmã, então ela me batia, me puxava pelos cabelos e me xingava com o objetivo de atingi-la. A mãe dessa vizinha era mãe de santo e um dia um encosto que se apoderou dela, disse que havia uma imagem de um demônio enterrada no meio da nossa casa e por isso a filha dela e minha irmã viviam em pé de guerra.

Num sábado eu acordei e a casa estava cheia de gente e havia um grande buraco embaixo da mesa, minha mãe estava segurando uma imagem de um demônio chamado “tranca rua”. Esse demônio foi achado enterrado em nossa casa.

Como naquele lugar só havia um banheiro para todas as famílias, era comum colocar as crianças para tomarem banho juntas e às vezes no meio do banho algum adulto entrava no banheiro alegando estar com pressa. Foi nessa época que eu passei a ser vitima de abuso sexual por parte de outros garotos e também adultos. Essa situação passou a ser comum em minha vida, pois sempre aparecia alguém para abusar de mim. Eu sempre ouvia das pessoas que abusavam de mim que aquele era um segredo e que se eu contasse pra alguém eu iria apanhar então eu sempre ficava quieto.

Um dia, estávamos eu e minha mãe em casa quando eu falei algo que tinha ouvido durante um dos momentos que fui abusado, no mesmo instante minha mãe pegou um sapato e bateu na minha boca. Na hora eu associei aquela atitude com o que me falavam sobre contar pra alguém e apanhar, então eu me calei de vez. Talvez esse tenha sido um pedido de socorro, e ela não entendeu. Minha mãe sempre nos amou muito, porém ela achava que aquela era a forma correta de se educar uma criança.

Quando eu estava com quatro anos, minhas irmãs começaram a trabalhar, e minha mãe passou a deixar meu irmão e eu na casa de uma senhora que cuidava de crianças. Naquela casa funcionava um centro de macumba e ali eu também fui vitima de abuso sexual e violência por parte dos filhos da dona da casa. Eu e meu irmão dormíamos no local onde eram feitos os rituais junto com mais dois meninos.
Enquanto todas as crianças brincavam, eu e meu irmão passávamos boa parte do dia debruçados no muro perguntando para as pessoas que passavam na rua se aquele dia era sábado, porque era no sábado a tarde que minha mãe ia nos buscar para passarmos o final de semana com ela e com minhas irmãs. Sempre que alguém dizia que não era sábado e que ainda faltavam alguns dias para chegar o sábado, nós chorávamos muito. Eu vivi naquele lugar alguns dos piores dias da minha vida.

Ficamos ali pouco tempo, pois uma das minhas irmãs logo saiu do trabalho e numa terça-feira passou para nos levar com ela. Meu coração parecia que ia explodir de tanta alegria.

Pouco tempo depois meu irmão começou a estudar e minha situação ficou um pouco pior do que era, pois quando minha irmã ia levá-lo a escola eu ficava trancado em casa, sem comida e chorando ou ficava aos cuidados dos vizinhos que sempre me maltratavam.

Certo dia apareceu um rapaz em casa dizendo que era meio parente nosso, e suas visitas passaram a ser constantes. Ele conquistou a confiança da minha irmã e começou a se oferecer pra cuidar de mim enquanto minha irmã ia levar meu irmão à escola. Aproveitando-se que minha irmã sempre demorava muito pra voltar pra casa, ele também começou a abusar de mim e isso passou a acontecer com freqüência, muitas vezes ele nem esperava minha irmã voltar e me deixava sozinho.

Quando nós nos mudamos daquele lugar, fomos morar justamente no mesmo quintal onde o tal rapaz morava. Ali tudo ficou mais fácil pra ele, pois agora éramos vizinhos de parede. Esse novo lugar já era um pouco melhor pra se morar, ali o quintal era cimentado e tinha 2 banheiros para as famílias.

Logo que nos mudamos para esse lugar, minha mãe começou a freqüentar um centro de macumba de uma prima do meu pai e sempre que íamos lá, os demônios que se manifestavam ali diziam que eu era muito especial pra eles e nessa época eu acabei sendo consagrado a eles.

Quando eu estava com sete anos, meus irmãos mais velhos vieram morar com a gente. No começo eu pensei que minha vida iria melhorar, pois eu teria a proteção deles, porém não foi bem isso que aconteceu, pois meu irmão mais velho que estava com dezenove anos já era um viciado no álcool e também havia se tornado muito violento. Nossos dias passaram a ser mais difíceis do que já eram. Passamos a apanhar do meu irmão por qualquer motivo e nunca podíamos falar nada para a minha mãe ou para meu outro irmão, caso contrário apanhávamos mais ainda no dia seguinte.

Quando minha irmã mais nova completou quatorze anos, ela fugiu de casa para se casar, pois não agüentava mais tanto sofrimento e minha mãe temendo o pior a emancipou e ela se casou em janeiro de 1979.

Com doze anos eu já sabia no que eu havia me tornado, já tinha noção do certo e do errado, pois nessa época eu comecei a procurar outros homens para ter relação, sabia que eu era um homossexual, só não admitia por medo, já que sempre ouvia falar muito mal dos homossexuais. Foi nessa época também que um senhor me pediu para ajudá-lo a carregar alguns pacotes até sua casa e quando chegamos lá ele tentou me estuprar. Fui salvo por dois “amigos” que desconfiaram das intenções deste senhor, e nos seguiram e bem na hora apareceram na janela me chamando. Um deles espalhou o que viu no bairro e mais uma vez eu passei a ser motivo de gozação das pessoas. A humilhação foi tanta que eu passei a freqüentar um bairro vizinho, onde arrumei uma namoradinha só para entrar pra turma.

Aos treze anos eu comecei a trabalhar em uma empresa que sempre prestava alguns serviços no centro de São Paulo e ali eu comecei a ter contato com outros homossexuais e comecei a achar tudo muito normal. Um tempo depois ingressei no ramo da moda onde comecei a participar de desfiles como modelo.

Quando eu estava com quinze anos, minha mãe se mudou de onde nós morávamos e foi morar com meus irmãos e minha irmã na zona leste e eu fui morar no centro da cidade. Abandonei meus estudos e aluguei um quarto no apartamento de um senhor que também alugava vagas para garotos de programa. Fiquei ali durante alguns meses e foi tempo suficiente para eu ter contato com a podridão do mundo homossexual. Agora eu estava exatamente onde os demônios que atuavam na minha vida queriam. Comecei a me prostituir nas ruas do centro e as vezes até anunciava em jornais.
Minha família e meus amigos não sabiam de nada da minha vida, eles sempre me viam como um bom rapaz, um trabalhador responsável, eu sempre ajudava minha família e mesmo fazendo programas, eu ainda fazia uns bicos como modelo para justificar o dinheiro que entrava e também as minhas saídas. Eu era também muito mentiroso, afinal eu tinha que viver inventando histórias para justificar a vida que levava.

Com o tempo eu passei a usar drogas e a beber com meus amigos, mas isso era só para fazer parte da turma e não ser rejeitado, pois havia em mim um espírito de rejeição que atuava nesse sentido. Esse espírito de rejeição também me fazia ser soberbo e com isso eu comecei a desprezar meus irmãos e a me sentir superior a eles. Comecei a me achar melhor do que todo mundo. Eu era o mais bonito, o mais legal, o mais inteligente, enfim o mais tudo. Tinha mania de perfeição e tratava meus irmãos e alguns amigos com certa inferioridade e com arrogância.

Aos dezessete anos tive problemas no lugar onde estava morando e então fui passar um tempo na casa da minha mãe. No período que estive lá, meu pai voltou a morar com minha mãe, pois não tinha onde morar e estava vivendo como um mendigo, sempre jogado de um lado para o outro. Durante o tempo em que fiquei na casa da minha mãe, eu briguei muito com meu pai e com meu irmão mais velho, o que me levou a ir embora outra vez. Então em 1990 eu voltei a morar no centro e pouco tempo depois meu pai abandou o vicio do álcool.

Aos dezenove anos fui convidado para posar nu para uma revista direcionada ao público homossexual e passei a usar isso como um trunfo a meu favor para vender minha imagem como garoto de programa.

Tive vários relacionamentos homossexuais, porém nunca fui feliz em nenhum deles, sempre me faltava algo. Era como se a pessoa com quem eu me relacionava levasse um pedaço de mim depois da relação. Eu me envolvia com outros homens e muitas vezes depois da relação eu não queria vê-los na minha frente. Não conseguia entender o que se passava comigo, algumas vezes eu até humilhava a pessoa depois da relação.

Me envolvi com homens casados, com homens famosos, com religiosos, enfim eu não perdia a oportunidade de ter sexo.

Um tempo depois que posei nu, resolvi dar um tempo com a prostituição, pois comecei a receber convites para participar de muitos eventos e achei que não seria legal se as pessoas soubessem da vida que eu levava, então em 1992 eu comecei a trabalhar numa companhia de teatro. Nessa companhia eu também me envolvi com macumba e sempre estava no meio de sessões que eram realizadas na casa de algumas pessoas que trabalhavam lá. Por várias vezes eu me consagrei a pombas gírias, usando seus perfumes e objetos que elas têm como marca na vida de pessoas que as seguem. Em 1998 eu saí da companhia de teatro e comecei a trabalhar em emissoras de TV.

Nessa faze da minha vida eu fiz amizade com muita gente famosa e trabalhei como produtor artístico de grupos musicais. Fui produtor de TV, fiz assessoria para artistas, trabalhei em gravadora e de vez em quando ainda me prostituía quando a situação apertava.

No final de 1999 eu me envolvi com um homem bem mais velho que eu e fui morar com ele em sua casa. Eu tinha repulsa daquele homem, porém ele me bancava e por um tempo eu o aturei. Em fevereiro de 2000 eu fui para a Europa com esse homem e pensei seriamente em abandoná-lo lá. Em março do mesmo ano eu resolvi dar um fim nesse relacionamento e por isso passei a sofrer uma perseguição por parte desse homem.

Comecei a não ver sentido na minha vida e passei a perceber que algo estava errado, afinal eu era infeliz, tinha vários “amigos” e me sentia sempre só, vivia em festas badaladas e chiques onde muitas pessoas dariam tudo pra estar e quando eu chegava em casa a solidão e o vazio tomavam conta de mim. Numa noite que cheguei em casa depois de uma balada, comecei a falar com Deus e disse que se aquela era a vida que Ele tinha pra mim, então que Ele me ajudasse a ser feliz, porque eu não era. Pedi a Ele uma pessoa que me amasse de verdade e que eu também a amasse sem interesses, agora se aquela vida não fosse o que Ele queria pra mim, então que Ele mudasse minha história. Passei a conversar com Deus todas as noites pedindo a mesma coisa.

No mês de outubro do mesmo ano eu fui chamado pra participar da gravação de um comercial na praia e no meio dos modelos tinha um rapaz que chamava a atenção das pessoas por ser muito bonito. Num momento de pausa eu me aproximei desse rapaz e começamos a conversar. Perguntei o nome dele e ele me disse que se chamava Luiz, e uma das primeiras coisas que ele me perguntou foi se um amigo que estava comigo era meu namorado. Achei estranha a pergunta, mas disse a ele que não, que era apenas um amigo, então ele disse ainda bem porque você é um cara bonito e me perguntou se eu era gay, fiquei meio sem jeito, mas respondi que sim. Então ele olhou nos meus olhos e disse: “Meu sai fora dessa, Jesus te ama e Ele não aprova essa vida não”. Confesso que fiquei meio chocado quando ele me falou aquilo, afinal eu achava que ele estava me paquerando. Mas ele não se intimidou e continuo falando de Jesus. No começo cheguei a pensar que ele estava pecando, pois falava de Jesus com muita intimidade e eu sempre ouvia falar que Jesus não gostava disso e não aprovava aquilo e que Jesus castigava, mas ele me falou de Jesus como se fosse o melhor amigo dele, então eu me interessei por esse Jesus.

Mesmo sabendo que eu era homossexual o Luiz se tornou meu melhor amigo e ele não perdia a oportunidade de me falar do amor que Jesus tinha pela minha vida. Por várias vezes ele me convidou pra ir à igreja com ele, mas eu nunca ia, sempre arrumava uma desculpa e eu sempre o convidava para ir às festas que eu organizava e ele ia. Algumas vezes eu arrumei trabalhos de modelo para ele e ele acabou se desviando da igreja, mas não deixou em momento algum de falar de Jesus pra mim.

Sem que ninguém soubesse, eu visitei algumas igrejas, mas não me senti bem em nenhuma, parecia que o meu caso não tinha jeito e eu já estava conformado com minha situação, achava mesmo que Deus tinha me criado homossexual.

Em junho de 2003 eu acompanhei a parada do orgulho gay de São Paulo e no trajeto eu vi coisas que me fizeram ter vergonha do que eu era, então mais uma vez eu cheguei em casa muito chateado e disse pra Deus que eu não queria mais aquela vida e pedi a Ele em nome de Jesus que me desse algum sinal de que aquela não era a vida que Ele queria pra mim. No mesmo mês eu fui visitar meus pais na cidade de Indaiatuba no interior de São Paulo e num domingo eu estava limpando um terreno que nós tínhamos, quando um vizinho chamado Saulo e que mora em frente a esse terreno se aproximou e começou a me contar o testemunho de um Pastor que tinha sido um travesti, quando ele começou a falar achei que era mais um historia de crente, mas quando ele contou alguns detalhes eu percebi que conhecia o tal Pastor da época que ele era travesti, não tive dúvidas, cheguei em casa e disse pra Deus que se ele tinha feito aquilo na vida da Paulete (esse era o nome do Pastor quando ele era travesti) então o meu caso era mais simples, porque eu não era um travesti.

Em novembro eu acompanhei um amigo meu a uma reunião de negócios e durante essa reunião surgiu o assunto igreja, não sei porque, mas me senti muito atraído por esse assunto naquele dia. No final do mês eu fui pra Dourados no Mato grosso do Sul para dar aulas para modelos e em janeiro de 2004 eu voltei a São Paulo com uma modelo para acompanharmos os eventos de moda e nesse período, nós ficamos hospedados no apartamento desse amigo que havia me levado a reunião e ele me falou que estava freqüentando uma igreja muito boa. Então eu disse a ele que a igreja devia ser boa mesmo ou então que deveria ter alguém muito interessante lá pra ele estar freqüentando. A convite desse amigo eu fui conhecer a igreja e quando eu entrei lá o grupo de louvor estava cantando o louvor PRECISO DE TI, e Deus falou tanto comigo através desse louvor que eu sai dali maravilhado com o que tinha ouvido. No dia seguinte eu encontrei o Luiz e contei pra ele que tinha ido à igreja e falei também do louvor e da maneira como fui tocado. O Luiz ficou tão feliz com o que falei e pra minha surpresa ele tinha um CD com aquele louvor no carro e colocou pra nós ouvirmos, mais uma vez fiquei encantado com o louvor, nunca tinha ouvido nada tão lindo.

No domingo seguinte, dia 15 de fevereiro. fui novamente à igreja e de novo o grupo de louvor cantou PRECISO DE TI, senti claramente que aquilo era pra mim e no final do culto quando o Pastor Walter Brunelli fez o apelo eu não tive dúvidas, levantei minha mão direita e aceitei Jesus como meu Único e Suficiente Salvador. Não me lembro de ter tido tanta certeza de algo como tive aquele dia. Meu amigo Luiz nem acreditou quando soube do acontecido, ele ficou muito feliz e nesse dia eu tive a certeza de que ele era mesmo meu amigo e que Deus o tinha colocado em meu caminho.

No final de semana seguinte eu tive que voltar pra Dourados, pois iria começar o meu curso para modelos. E lá eu tive um comportamento pior do que antes. Parecia que eu tinha me transformado em um ninfomaníaco e só pensavaem sexo. Faziaas minhas barbarias e ainda dizia para as pessoas que eu era crente. Na verdade eu não havia me convertido e sim me convencido. Fiquei no Mato Grosso do Sul dando aulas em algumas cidades durante um ano e em dezembro de 2004 eu voltei a São Paulo.

Logo que cheguei a São Paulo fui para o interior passar uns tempos na casa dos meus pais e decidir o que faria da minha vida, foi então que no dia 2 de janeiro de 2005 eu recebi um telefonema da mãe de uma das minhas alunas que estava trabalhando para uma agência de modelos no Rio de Janeiro por indicação minha. No telefonema ela me relatou alguns absurdos que estavam acontecendo lá com todos os meus alunos e me pediu para trazê-los para São Paulo.

Apesar da vida que eu levava, nunca desrespeitei nenhum de meus alunos, pelo contrário eu sempre os protegia e os alertava sobre a exploração sexual no meio artístico, por esse motivo eu era muito querido por eles. Além do mais eles nunca souberam nada da minha vida, pois eu mentia muito bem.

Com a ajuda de um amigo eu consegui alugar 2 apartamentosem um Flatno centro e trouxe meus alunos que estavam no Rio para morarem aqui, então coloquei algumas meninas em um apto, os meninos em outro e duas meninas ficaram com a mãe de uma delas em outro apto que ela comprou no mesmo prédio.

No dia 8 de fevereiro eu saí de casa com a intenção de acompanhar uma banda de carnaval que sairia desfilando pelo centro de São Paulo. Nessa banda acontece de tudo o que não presta: sexo, drogas, bebidas, prostituição e vandalismo dos mais absurdos. Mas naquele dia Deus tocou em meu coração e eu acabei ligando na casa do irmão Alaim, que eu havia conhecido um ano antes na igreja. Ele não estava em casa e quem me atendeu foi a esposa dele, então eu perguntei a ela se iria ter culto na igreja aquele dia já que era uma terça-feira de carnaval e ela disse que sim, então confirmei o endereço com ela e fui até a igreja. Quando cheguei lá fiquei muito feliz, pois fui muito bem recebido e uma das irmãs ainda perguntou do meu amigo que havia me levado lá um ano atrás. Achei aquilo muito legal, afinal eu só havia ido àquela igreja 2 vezes e depois não apareci mais. Me senti amado naquele dia, mas um amor verdadeiro. Depois do culto fui conversar com o Pastor e contei a ele um pouco da minha história, mas não falei nada sobre a minha homossexualidade, pois fiquei com medo.

Na mesma semana eu encontrei o meu amigo Luiz e pra minha alegria e honra e glória de Deus ele havia voltado pros caminhos do Senhor e parte de sua família também havia se convertido.

Passei a freqüentar todos os cultos, larguei aquela vida mundana de pecados e comecei a me dedicar às atividades da igreja. Um dia eu comecei a sentir uma dor muito forte nas minhas costas e fui conversar com o Pastor a respeito dessa dor, então ele me disse que sabia o porquê da dor, mas que ainda não poderia me falar sobre o que se tratava, ai ele me pediu pra eu meditar nos capítulos 1 e 6 de ROMANOS. Fiz o que ele me pediu e comecei a entender o porquê da dor.

Alguns dias depois eu procurei o Pastor Ricardo que é líder dos jovens e contei pra ele um pouco da minha historia com alguns detalhes, inclusive sobre minha homossexualidade e disse a ele que eu estava liberto. Achei que ele fosse me colocar pra correr dali, afinal de contas se no mundo eu já não era bem aceito, imaginei que numa igreja Assembléia de Deus eu fosse ser escorraçado. Mas aconteceu o contrário, ele segurou em minhas mãos, disse que estava muito feliz com a minha libertação e com minha atitude e orou por mim. Depois dessa confissão o Pr. Walter disse que já podia me falar o porquê daquela dor nas costas e me revelou que eu havia sido liberto de um espírito maligno (pomba gíria) que me levava a agir da forma como eu agia, disse que esse espírito maligno foi arrancado das minhas costas e quando isso aconteceu ele me feriu espiritualmente. Não tive dúvidas da minha libertação e Deus abençoou muito a minha vida quando eu me firmei na igreja e nos caminhos dEle.

Já fazia algum tempo que eu estava desempregado e sem registro em carteira, mas Deus supriu todas as minhas necessidades e sempre que eu pensava que ia passar algum aperto financeiro, Deus usava algum irmão da igreja e até mesmo gente de fora pra me abençoar. Não demorou muito e todos os meus alunos (eram oito no total) que moravam comigo também aceitaram a Jesus em suas vidas.

Minha casa se transformou num paraíso, só se ouvia louvores o dia todo e só se fala de Deus.

Em junho do mesmo ano Deus abriu uma grande porta de trabalho pra mim e Ele tem me honrado e me abençoado todos os dias nesse trabalho, a ponto das pessoas que trabalham comigo sempre me perguntarem o que eu tenho de tão especial.

Em agosto de 2006 Deus nos deu a oportunidade de gravarmos o 1º CD e o DVD da nossa igreja nesse lugar onde eu trabalho que é um lindo teatro, e esse mesmo teatro foi o lugar que Deus escolheu para me abençoar com o meu casamento. Me casei em 12 de maio de 2007 com uma verdadeira serva de Deus num teatro onde muitos artistas sonham em se casar, mas Deus só abriu essa porta pra mim. Meu casamento estava uma benção, mas ainda sentia que alguma coisa não estava muito bem, então em outubro de 2008 eu fui a um retiro espiritual, onde passei por mais um processo de libertação e também onde foram reveladas a mim as maldições que estavam na minha vida desde o ventre da minha mãe. Hoje estou totalmente liberto, sou um homem feliz, bem casado, pai de uma linda menina e servo de um Deus que é fiel a quem o busca de verdade.

Para cada dia em que eu vivi na vergonha, o Senhor tem me dado dupla honra.

Hoje eu e minha esposa Erika estamos vivendo as promessas de Deus para nossas vidas. Sei que o melhor de Deus ainda está por vir, por isso agradeço a Deus todos os dias por tudo o que ele tem feito em minha vida. Meu passado embora seja vergonhoso, hoje serve para eu honrar e glorificar o nome do Senhor e também mostrar para as pessoas que Deus é maravilhoso e que Ele jamais desampara aqueles que o buscam com sinceridade.

A Deus sejam dadas todas as glórias pela transformação da minha vida

SAULO A NAVARRO

HOMOSSEXUALIDADE: UM ENGANO EM MINHA VIDA

CURITIBA

(Hebreus 4:12,13) “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dEle; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” (Hebreus 4:12,13)

“Quem sabe, o único referencial de pai que você tem, é de um pai ausente, de um pai, muitas vezes, tão áspero, tão rígido, tão duro com você. Quem sabe, um pai que até mesmo te tocou como não devia, te bateu como não devia. Um pai, que não tinha nada para poder te dar, além de amarguras, rancores, que ele mesmo recebeu. Quem sabe, você como eu, teve o privilégio de ter um bom pai, graças a Deus por isso. Mas, nem mesmo o melhor dos pais, nem mesmo o melhor dos homens, por mais que se esforçasse poderia, suprir a carência e o vazio do meu coração, do seu coração, do nosso coração. Como é bom conhecermos o Deus pai, adore-o, adore o pai que você tem, que nunca te deixa só, que nunca te abandona, que nunca te desampara, que nunca vai embora, que nunca te agride, mas toca, e sara as feridas da alma, que está sempre presente, que supre as suas necessidades, um pai que compreende, um pai que te entende, que não te acusa, mas que diz: meu filho, te amo. Quantos podem dizer: o meu pai é assim, é bom, fiel, forte, o meu pai me ama, supre as minhas necessidades, me diz quem realmente sou, eu sou seu filho amado, não tenho falta de nada, porque o meu pai, cuida de mim, Ele sabe tudo que eu preciso, e tudo que você precisa. Quantas vezes o filho cresce, e esquece, mas nós não queremos nos esquecer. Eu amo, meu pai.”

Agradeço a Ana Paula Valadão por ceder este “Cântico Espontâneo”, parte integrante do CD Diante do Trono nº 5 – Nos Braços do Pai. Ao nosso Deus seja toda Honra, Glória e Louvor.

Introdução

Todo ser humano precisa de Deus, até mesmo aquele que se diz ateu, que muitas vezes tenta provar através da ciência como o homem surgiu, proclamando para o mundo que Deus não tem nada a ver com isto. Como é maravilhoso e agradável saber que existe um Deus que fez todas as coisas, que deixou a sua Palavra para podermos hoje viver pela fé.

Levei tempo para reconhecer que Jesus veio em carne a este mundo, que veio buscar e salvar aquele que se havia perdido e morreu na cruz ressuscitando ao terceiro dia. Acreditava que isto fazia parte da história, dizia que a Bíblia foi feita por homens e por isso continha erros, acreditava no que me era conveniente, vivendo por minhas próprias vontades, desejos e decisões. Em um certo momento na minha vida a Palavra de Deus foi semeada em meu coração e passei a crer totalmente na vontade de Deus para mim, e não foi por força ou insistência humana, mas sim, pela ação do Espírito Santo de Deus que nos convence do pecado, da justiça e do juízo.

Cristo tornou-se presente em minha vida através da Palavra de Deus. Aceitei Jesus como meu único Senhor e Salvador, o caminho certo que leva a Deus. Pude escolher entre continuar no engano em que vivia ou acertar minha vida através das verdades que se encontram na sua Palavra que nos torna livre, modela nosso caráter e nos coloca em um caminho reto.

Irei compartilhar com você como eu vivia, mas também irei compartilhar do mais importante, de quem realmente sou e as conquistas que tenho alcançado, da certeza de onde vim e para onde irei.

Não conheço você, mas Deus conhece e sabe exatamente o que está em seu coração neste momento, as dores físicas e emocionais que já passou ou tem passado, o desprezo que já recebeu, as dificuldades do seu dia, as alegrias, desejos e vontades, enfim, não há nada encoberto diante Dele, nem mesmo aquele segredo que só você sabe, que está escondido em seu coração, encoberto diante das pessoas.

Infância

Nasci em Contagem, Estado de Minas Gerais. Durante minha infância recebi grande atenção, amor e carinho das mulheres da família. Minhas tias adoravam passar o dia comigo e eu as observava e recebia tudo o que me davam de atenção e carinho. Recordo de uma cena onde uma tia estava se arrumando na frente do espelho, penteando os cabelos e cantando para mim uma música que tinha uma letra assim: “embaixo dos caracóis, dos seus cabelos…”. Eu ficava ali, só observando o jeito dela e de como se arrumava na frente do espelho. Consigo lembrar até mesmo de um chinelo branco que ela tinha, este chinelo continha uma tira feita com pedrinhas de vidro, eu gostava dele por causa destas pedrinhas de vidro, achava bonito.

Aos quatro anos de idade fiquei doente e fui internado em um hospital por vários dias, Hospital Santa Rita. Lembro-me de ser muito apegado à minha mãe. Meus olhos não saiam de perto dela. Não queria ficar no hospital, a não ser que minha mãe ficasse sempre comigo. Levaram-me para um quarto que continha vários berços onde passei a receber atenção das enfermeiras. Uma das enfermeiras teve um carinho todo especial comigo e me apeguei a ela. Dormi e quando acordei, olhei à minha volta e não vi ninguém que conhecia, e pior, não vi minha mãe. Comecei a chorar e a soluçar, queria minha mãe. As enfermeiras tentavam me fazer parar, e cada vez mais eu chorava. O cansaço aumentou e não agüentei, cai num sono profundo e quando acordei minha mãe já estava de volta. Como foi difícil este momento, tive a sensação de abandono e tristeza profunda, uma sensação esmagadora. A figura materna era mais forte para mim do que a figura paterna. Não tenho na lembrança de ter chorado assim pela presença do meu pai.

Ao chegar o tempo de ir para a escola, um desespero afligiu minha alma. Simplesmente chorava até que a professora ligasse para minha mãe ir me buscar. E isto se repetiu por várias vezes, eu não queria ficar ali com aquelas crianças num lugar que não era meu. Não ficava à vontade de estar ali, de pedir para a professora que eu precisava ir ao banheiro, tinha vergonha de tudo, trazia comigo um temperamento tímido, dócil e amoroso. Este temperamento somado ao comportamento introvertido levou-me a ouvir muitas palavras destrutivas vindas dos outros alunos. Ouvia por diversas vezes os meninos me chamarem de chorão, de menininha. Estas palavras feriam demais meu coração, e me afastavam deles. Procurei não demonstrar que estava sendo ferido. Como gostaria de ser aceito por eles.
Uma vez, estava de mãos dadas com meus pais, fomos até um posto de gasolina perto de casa. No caminho encontramos uma mulher que os conhecia, ela olhou para mim e disse: “que menina mais linda!”. Meus pais disseram: “Não é menina, é menino”. Como fiquei triste de ser comparado com uma menina mais uma vez. Eu recebia cobranças da família e amigos só por que não gostava de futebol e corrida de fórmula 1. Gostava de estar com as meninas, identifiquei-me com elas, eram calmas e falavam comigo, nos entendíamos muito bem. Ao contrário dos meninos, eu os via correndo atrás de uma bola, sem camisa, suados, gritando um com o outro e achava tudo isto uma perda de tempo. Sentia certa exclusão por não gostar do que eles gostavam. Como poderia sentir vontade de estar com eles se estavam sempre me jogando para longe do seu grupo com brincadeiras e comentários que me feriam? Na escola tinha aula de educação física e sempre tinha que parar por causa da falta de ar. Fazer educação física era passar por vários constrangimentos, como ficar com dificuldades para respirar e receber as palavras dos meus colegas, de que eu era de vidro, não conseguia nem jogar bola que ficava doente. Para proteger-me das provocações dos meus colegas eu fazia com que a falta de ar ficasse sempre pior e assim, eles veriam que realmente era difícil para mim. Gostaria de ser como eles, “hominhos”, tinham gosto de jogar bola e fazer esporte. Não conseguia fazer parte do clube, pois até mesmo as conversas sobre meninas não me agradava. Falavam de como iriam fazer com uma menina, como eles estavam conhecendo seus corpos. Como se gabavam de contar estas histórias. Estas conversas serviam para me constranger, achava que sexo era pura maldade. Cresci achando o sexo algo muito vulgar. Não havia ligação do sexo com amor, era sempre ligado à maldade, para mim era algo pecaminoso e errado e que só era feito às escondidas.

Certa vez meus primos me levaram para brincar em um parque que estava na cidade. Minha mãe e tias me vestiram e cuidaram de mim. Ao olhar no espelho não gostei do que vi. Não gostei da minha roupa. Meu cabelo me fazia parecer uma menina. Saímos de casa em direção ao parque. Até então tudo estava indo bem. Em um certo momento, fiquei longe dos meus primos, e me vi frente a um grupo de meninos que ficaram a minha volta e começaram a zombar da minha roupa e cabelo. As palavras eram duras, fui chamado de “veadinho”, menininha, “bichinha”. Como aqueles garotos podiam fazer aquilo? Vieram do nada e me atacaram com palavras que feriram profundamente minha alma. Novamente ali estava eu, fora do grupo, excluído do clube dos meninos, queria ser aceito por eles, só isto. Um dos meus primos viu a cena e foi enfrentar os meninos. Neste momento me senti protegido e seguro. Assim que consegui fugir do meio deles fui para casa, sozinho, carregando comigo todo aquele emaranhado de sentimentos ruins, nem avisei meus primos. Ao chegar em casa, recebi uma bronca por ter vindo embora sozinho. Meus primos ficaram zangados comigo. Não entenderam o porquê do meu comportamento. Guardei comigo o que houve naquele parque e sofri sozinho. Passei a conviver com estes sentimentos dentro de mim, uma mistura de mágoa, tristeza e solidão. Na verdade eu estava entrando em uma prisão dentro de mim mesmo. Novamente senti a exclusão, o desprezo e a dificuldade de fazer parte do clube dos meninos. O que havia de tão mal nestes garotos que não faziam nenhum esforço para me aceitar no meio deles? Várias vezes os meninos do bairro perto de casa se reuniam para fazer brincadeiras sexuais entre si, neste momento eu me sentia aceito por eles. Neste momento eles deixavam que eu participasse das brincadeiras, por um bom tempo aprendi a fazer as “sacanagens” que um fazia com o outro e a desejar aquilo. Enfim fui aceito.

Minha mãe começou a trabalhar fora de casa, saía cedo e só voltava à noite. Uma empregada passou a fazer parte da rotina da casa durante todo o dia. Durante parte do dia eu ia para a escola, que era um local onde eu sofria muitos ataques dos meninos. Por um tempo ir para a escola seria passar por um desgaste emocional sem tamanho. No início da noite eu ficava sentado na frente do portão de casa esperando minha mãe chegar. Quando ela chegava uma felicidade surgia em meu coração. Toda vez que eu ia para casa de algum primo para dormir fora, eu chorava até que me trouxessem de volta. Podia passar o dia com eles, mas na hora de ir dormir eu queria ir para casa. Interessante que eu não buscava por meu pai, eu me via preso a minha mãe, era uma dependência total da companhia dela. Eu gostaria que me pai demonstrasse mais amor por mim, de forma que eu sentisse este amor e desejasse a presença dele.

Uma vez, estava na sala de casa no colo dele. Brincava com o cabelo do seu peito e na TV passava uma novela chamada Pai Herói. Na abertura desta novela tocava uma música muito bonita falando do relacionamento entre pai e filho. Enquanto a música tocava, uma cena me chamou atenção. Um quebra cabeças era montado, e aos poucos surgia um caminho entre árvores e um menino caminhando junto à figura do que seria seu pai. Detalhe, a figura do pai não foi preenchida, estavaem branco. Umacriança passeando de mãos dadas com o pai, seu pai herói, por outro lado o pai não estava lá, ele estava presente, mas ausente. O que deve ser mais cruel para a formação de uma criança, um pai presente ausente ou um pai que mora longe? Era assim que me sentia em relação ao meu pai, um vazio, uma necessidade de aceitação e afirmação por parte dele, de receber carinho e ser amado. Mas, por mais perto que ele estivesse fisicamente de mim, sentia um abismo enorme entre nós. Eu queria um pai herói, que estivesse junto de mim, mas ele não era assim. Hoje sei que ele não poderia me dar o que não tinha aprendido e nem recebido dos pais dele.

Em um certo dia, uma de minhas tias e seus filhos estavam conoscoem casa. Elatinha uma menina e um menino da minha idade. Estávamos brincando no quintal e esta tia teve a idéia de me vestir com roupas de menina, colocou um lenço em meu cabelo, uma saia e uma blusinha de menina, até passou batom e maquiagem no meu rosto. No início achei legal, gostei de estar vestido de menina, mas logo vi as pessoas que passavam na rua olharem para aquela situação e rirem de mim. Corri para trás de um monte de pedras e me escondi. As pessoas riam e faziam piadas ao me verem vestido de menina. Acredito que esta tia me vestiu de menina porque percebeu que eu gostava do que as meninas gostavam e que eu tinha um certo “jeitinho efeminado”. Teve uma vez que meu irmão falou que eu era “veado”, eu até achei engraçado porque pensei que ele estava me comparando com um animal. Tempos depois descobri que na verdade ele estava me chamando de “bicha” e que eu não gostava de namorar meninas. Neste momento senti meu coração, minha alma ser ferida profundamente.

As brincadeiras de menina me chamavam atenção, tanto que eu brincava de boneca e de casinha com elas. As bonecas Barbie e Susi eram as minhas preferidas. E como eu gostava de usar saia. Quando as meninas me chamavam para brincar de desfilar eu era o primeiro a me fantasiar de menina e sair desfilando. A conversa das meninas me agradava mais do que a conversa dos meninos, elas sabiam me receber e me aceitavam sem críticas e restrições. As meninas não zombavam de mim. As pessoas a minha volta percebiam este comportamento em mim, cada uma reagia de uma forma. Uns eram mais vorazes em seus comentários, me chamavam de “bichinha”, “veadinho”, menininha, outros não diziam nada, outros ficavam falando entre si. Toda família reconhecia que eu tinha um “jeitinho esquisito”, mas não tocavam no assunto.

Aos nove anos de idade comecei a pensar em namorar e nutria um carinho por uma menina. Quando comentei com meus colegas, eles riam e diziam que eu não ia conseguir porque não gostava de meninas e era “efeminado”. Simplesmente me rotularam por verem em mim um comportamento mais tímido e introvertido. Com toda minha insegurança e timidez fui até o encontro desta menina que eu gostava. Quando cheguei perto dela fiquei mudo, com muita vergonha da situação não fiz nada. Criei uma expectativa não só em mim, mas nas pessoas que me levaram até ela. Ficavam me cobrando para que fizesse um movimento na direção dela. A vergonha tomou conta de mim e só consegui trocar algumas frases com ela. Percebi que seria complicado demais me relacionar com ela ou com qualquer menina que fosse por causa da vergonha e timidez. Passei a conviver com um sentimento de frustração e impotência. Fiquei convencido de que não conseguiria namorar uma garota. Conseguia sonhar com uma menina, imaginar namorando e passeando, mas quando o sonho ia se tornando real e vendo que não daria conta da situação, parava tudo. Ao contrário de mim meus colegas se davam muito bem com as meninas, tinham uma certeza do que eram e poderiam fazer com elas que eu não entendia. Tinham o domínio da situação, não tinham vergonha nem timidez. Estavam se dando bem em suas paqueras, namoros e intimidades. Tudo isto era muito difícil para mim. Eu os inveja por saberem se comportar como meninos e fazer o que faziam sem dificuldade nenhuma. Esta inveja me fazia desejar as características deles. Lembro que eu tinha inveja dos meus primos, eles eram tão masculinos e definidos em sua sexualidade, eles falavam das meninas com uma desenvoltura que eu não conseguia. Eu queria ser como eles, por isto os invejava. E esta inveja prosseguiu comigo até a idade adulta.
Adolescência

Devido às dificuldades financeiras de minha família, meu pai foi para o sul, cidade de Curitiba no Paraná. Conseguiu um trabalho em Pontal do Paraná. Sem ele conosco, nos mudamos para o apartamento de minha avó. Que época difícil para todos nós. Morar numa casa que não era nossa, conviver com pessoas que tinham seus compromissos, suas manias. Senti falta do meu pai. Escrevi diversas cartas para ele falando da saudade que sentia e de que gostaria de tê-lo por perto. Ele era um homem calado, de poucas palavras. Não demonstrava carinho físico nem verbal pelos filhos. Gostaria que meu pai fosse como os pais dos meus primos, que os abraçavam, davam atenção e eram próximo deles. Raramente eu via meus pais demonstrando carinho um pelo outro. Sabia que se gostavam mesmo não vendo na prática o amor que tinham entre si. Nem imaginava que eles faziam amor, acreditei na mentira que uma cegonha trazia os bebês e que o beijo poderia engravidar uma mulher. Não me recordo de meu pai falando que me amava ou que gostava de mim, nem mesmo de receber um abraço bem forte dele.

Aos 14 anos de idade recebi a notícia que teríamos que ir morarem Curitiba. Lá estávamos eu, minha mãe e irmã, dentro de um carro indo para a rodoviária de Belo Horizonte. Ainda dentro do carro, olhei para trás e vi minhas tias e avó sendo deixadas para trás. Ao chegar na cidade de Curitiba senti as dificuldades que estavam por começar, não só para minha família, mas principalmente para minha vida. Ficamos hospedados na casa de parentes. Havia uma pessoa conhecida que estava descobrindo sua sexualidade vendo fotos em revistas pornográficas. Uma vez ela pediu-me que devolvesse uma destas revistas para uma amiga, e no caminho abri e fiquei vendo as fotos. Fiquei surpreso ao ver o que aquelas mulheres faziam, era a tal da maldade que sempre ouvi dos meus colegas. Toda vez que ouvia meus colegas, tios, primos falarem de sexo, era de uma forma totalmente maliciosa e sem respeito nenhum com a figura da mulher. Pensei que só as mulheres vulgares e impuras é que faziam sexo. Fiquei com a imagem daquelas fotos na minha mente e ao ver o corpo nu dos homens naquela revista lembrei-me das brincadeiras que fazia com meus primos e colegas do bairro. Associei as brincadeiras sexuais que aprendi com eles aos homens das fotos pornográficas. Percebi que desejava o corpo daqueles homens. Senti desejo sexual por aqueles homens, desejo pelo mesmo sexo. Não conseguia me imaginar fazendo aquilo com uma mulher, mas ao mesmo tempo desejei o corpo nu dos homens. Desejei a masculinidade deles, as características físicas que os faziam homens.

Começou o ano letivo e fui matriculado em uma escola. Novamente, ao conviver com outros adolescentes, percebi minha dificuldade de relacionamento. Logo as palavras que feriam minha masculinidade começaram a ser ditas pelos meus novos colegas. Minha timidez aumentava a dificuldade de relacionamento com as pessoas. Neste tempo queria namorar mesmo sabendo da minha dificuldade de relacionamento com as meninas, principalmente quando imaginava que elas faziam sexo daquela forma que vi nas revistas pornográficas. Sexo para mim não estava relacionado com amor e sim com maldade e sacanagem. Meus amigos já falavam de seus envolvimentos, suas intimidades com as garotas, suas experiências sexuais e eu nada.

Minha adolescência foi marcada por um ponto de interrogação. Não me sentia à vontade com os garotos. Com as garotas só havia amizade e carinho por elas. Sentia uma inadequação de ser garoto, não me sentia nada a vontade de estar com eles. Na verdade eu não sabia a que gênero eu pertencia, não sabia para onde correr. Até tentei alguns namoros com garotas, mas todos me traziam grande aflição, eu não sabia lidar com a situação. Por várias vezes eu demonstrava interesse por uma garota e quando ela fazia um movimento em minha direção um pânico tomava conta de mim. Sim, esta é a palavra que descreve o que sentia: pânico. Era como se eu estivesse mentindo para eu mesmo, como se estivesse enganando aquela menina, pois eu não poderia dar conta dela. Na adolescência eu me sentia fora de qualquer grupo, nesta fase eu sentia solidão e vazio por não saber em que grupo eu me enquadrava.

Nesta fase morávamos em um apartamento, meus pais e meus irmãos, eu tinha uma irmã e dois irmãos, um mais velho e os outros mais novos do que eu. Em casa a nossa comunicação era quase nula, era cada um com sua vida, o máximo que eu compartilhava com eles era assuntos muito superficiais. Realmente não tínhamos muito o que falar, mesmo tendo dentro de mim uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. Eu vivia uma adolescência solitária, triste, onde todas as situações que passei que feriram minha masculinidade criaram raízes em minha alma. Mas eu jamais havia falado com ninguém sobre isto, eu carreguei estas feridas desde a infância. Enquanto eu crescia as raízes geradas pelas palavras que feriram minha masculinidade ficavam cada vez mais fortes dentro de mim.

Era uma prisão dentro de mim mesmo. Eu não gostava do que via em mim, isto chegou num ponto em que rabisquei o meu rosto em todas as fotos da família. Eu via nas fotos um menino fraco, mais parecido com uma menina, como odiei me ver assim. Nestas fotos eu via um garoto tímido e introvertido, que não conseguia se sentir bem com os garotos e nem com as garotas de quem gostava. Ninguém imaginava a confusão que havia no meu ser. Em casa nós não falávamos sobre nosso dia, nossa vida. Não havia um ambiente que favorecesse o diálogo. Como eu gostaria que meu pai tivesse um canal de diálogo aberto para comigo. Quantas vezes eu desejei conseguir abrir este caminho de comunicação, mas era algo difícil demais para mim. Nem mesmo eu sabia o que fazer com tudo que se criou em minha alma. Eu precisava me identificar com algum grupo, fazer parte de algum grupo em que sentisse à vontade e aceito.

Quando ouvia algumas pessoas falando de casamento eu nem imaginava a hipótese de passar por isto, era lago muito distante para mim. Algumas vezes uma ou outra pessoa fazia um comentário em minha direção referente a namoro e casamento. Não tinha sentido ouvir isto, como eu poderia me ver namorando, noivando e casando se nem mesmo sabia o que eu era? Estas pessoas não tinham noção da confusão que se passava dentro de mim. Resumo minha adolescência num enorme ponto de interrogação.

Juventude

Conheci um grupo de pessoas da minha idade que se tornaram meus amigos. Este grupo foi um amparo que tive e onde eu me relacionava melhor do queem casa. Saíamospara passear, dançar nos divertir. Sempre me cobravam para ter uma namorada e como sempre tinha um casalzinho no grupo eu nutria uma vontade de namorar também, não sabia como mas queria namorar. Tentei várias vezes e sempre ficava sem jeito. Uma vez arrumei uma namoradinha, com muita dificuldade começamos a nos conhecer. Ela terminou comigo, achou um cara mais posicionado em sua masculinidade do que eu e terminou o namoro comigo. Foi complicado lidar com esta rejeição.

Aos 18 anos, enfim arrumei uma namorada, gostei dela, da feminilidade dela. Era algo novo estar com ela, de certa forma eu não sabia como namorar e nem me comportar. Em pouco tempo de namoro ela começou a ter atitudes que me assustaram, teve iniciativas que fizeram com que temesse estar com ela. Ela já havia tido suas experiências sexuais e eu não. Certa noite, em uma danceteria, ela pediu-me que a tocasse de modo mais íntimo e recusei por estar no meio de pessoas. Ela insistiu, fiquei constrangido. Como eu não tomava nenhuma iniciativa ela disse ao meu ouvido: “às vezes acho que você não é homem”. Naquele momento, veio em minha mente todas as palavras de maldição que feriram minha masculinidade. As palavras da minha namorada me feriram profundamente. Minha atitude naquele momento foi deixá-la naquele lugar. Sai dali e não a vi por um bom tempo. O que havia se quebrado na infância e adolescência veio a se quebrar ainda mais. Decidi não ter relacionamento com mulheres, com ninguém, assim estaria seguro. Decidi ficar sozinho com minhas raízes de feridas na alma.

O que mais me deixou paralisado neste acontecimento foi em sentir que minha namorada havia percebido que eu não era homem, que eu poderia ser veado e bicha. Que pavor, medo e angústia. Eu tentando me ajustar num espaço em que me sentia inadequado e de repente minha namorada me diz que eu não sou homem! Então tudo o que eu ouvi na infância e adolescência era verdade! Eu não poderia namorar garotas e nem me relacionar com elas porque eu era efeminado. Que confusão em minha mente. E agora o que faço com tudo isto? Onde me enquadro?

Neste mesmo ano, meus pais viajaram e fiquei sozinho cuidando da casa. Alguém tocou a campainha. Ao abrir a porta qual minha surpresa ao ver aquela garota da danceteria, minha ex-namorada ali, na porta de casa. Deixei-a entrar e ficamos vendo TV e conversando. Aconteceu um beijo e logo ela tirava sua roupa e me levava para o quarto. Fiquei em pânico, meu corpo inteiro travou. Mas ela insistiu em manter relações não respeitando meu pânico. Ela viu e sentiu que eu brochei mesmo. E não foi porque eu não senti aração sexual por ela e sim pelo desespero de não saber agir naquela situação. Desesperadamente fugi dali. Tranquei-me no banheiro e fiquei lá sentindo um monte de “coisas”. Ela foi atrás e bateu na porta perguntando se eu estava bem. Abri a porta e fingi estar passando mal e ela fingiu que acreditava.

Após um tempo levei-a para casa e achei que tudo estaria resolvido, não a veria mais. Mal sabia eu que havia sido abusado sexualmente, e isto eu fui descobrir aos 36 anos. Carreguei dentro de mim um emaranhado de sentimentos sem saber que a origem era o abuso sexual. A ferida deste abuso sexual já estava instalada em minha alma. Simplesmente fingi que aquele constrangimento não aconteceu, não dei atenção aos sentimentos que passei ali. Não fazia idéia do abuso sexual que havia passado, do que isto causaria em minha vida a partir de então. Descartei toda hipótese de me relacionar com mulheres, iria ficar só pelo resto de minha vida. Senti frustração, insegurança, medo. Senti minha masculinidade ser destruída. Todas as palavras de maldição que recebi até então se materializaram na minha mente. Era como se aquela garota houvesse descoberto o meu segredo, o meu medo, que eu poderia ter problemas, que talvez não fosse homem, assim como ela havia dito para mim naquela danceteria. Após este acontecido, o rumo da minha vida começou a mudar, eu não fazia idéia do deserto e do engano que viria a passar.

Entrando na homossexualidade

Neste mesmo ano consegui um trabalho em uma empresa. Nesta empresa conheci um rapaz que era assumidamente homossexual e às vezes se comportava como homem e às vezes como mulher. Ele não escondia de ninguém que gostava de homens e algo a mais conquistou minha confiança, fui aceito, não houve rejeição e exclusão, me vi aceito no meio ao qual ele estava inserido. Aquele rapaz que se dizia homossexual me aceitou no clube. Fizemos amizade e logo recebi um convite para participar de um churrasco em sua casa.

Ele viu que eu tinha uma tendência para a homossexualidade. Na verdade ele estaria me ajudando a “sair do armário”. Mesmo com muito medo do que poderia ver ali decidi participar do churrasco. Chegando lá, presenciei uma cena que mudou realmente o rumo da minha vida. Ali havia homens namorando homens e mulheres namorando mulheres. Fiquei assustado e ao mesmo tempo aliviado por saber que aquilo era real, que existiam pessoas que gostavam de se relacionar com o mesmo sexo de forma aberta e sem receio do que os outros iriam falar delas.

Conheci uma garota que estava na mesma situação, foi ali para ver o que acontecia na vida daquelas pessoas tão diferentes em sua forma de amar. Fiz amizade com ela e ficamos juntos conversando sobre essa nossa descoberta. Ela nunca havia se relacionado com o mesmo sexo, estava noiva de um homem até pouco tempo, mas decidiu terminar o noivado porque acreditava estar amando uma mulher. Assim como eu, ela havia descoberto pessoas que se rotulavam de homossexuais e que de imediato nos aceitaram sem nenhum desprezo. Depois desta descoberta eu queria encontrar um rapaz para viver um grande amor, e seria firmado na fidelidade mútua, eu queria amar e ser amado. Neste momento eu estava buscando amor e não sexo. O sexo foi conseqüência do relacionamento homossexual que vivi.

Depois deste encontro, minha vida mudou. Meus caminhos se voltaram para a homossexualidade. Passei a ter amigos e amigas homossexuais e a participar de um grupo que me aceitava. Porque sofrer tanto com as palavras de maldição que recebia dos outros durante minha vida inteira se poderia fazer parte daquele meio homossexual, onde ninguém zoava de ninguém por gostar do mesmo sexo. Doce ilusão, doce engano, mal sabia que o pior estava por vir. Havia muita festa, muita risada, muita maquiagem, mas quando a cortina se fechava, o vazio e a insatisfação daquela vida apareciam por trás dos bastidores. Ah se eu soubesse o caminho pedregoso que iria ter que atravessar. Comecei a freqüentar bares e boates para homossexuais. Fiz novos amigos e identifiquei-me com a história de cada um. Todos passaram por situações parecidas com a minha.

Com o passar dos anos eu entrava cada vez mais na prática da homossexualidade. Passei a acreditar que havia nascido homossexual quando direcionei meus sentimentos, desejos e vontades para a prática homossexual, aceitei então que não haveria mudança, sempre seria homossexual. Fiquei 12 anos nesta prática, sem contar os anos decorridos da infância até a adolescência, onde pensava que era diferente, que algo estava errado comigo. Pensei que havia descoberto a verdade, onde tudo que havia escutado de maldição se resolvia naquele mundo homossexual que descobri. O último relacionamento durou cinco anos. Não é necessário descrever aqui tudo o que fiz enquanto na homossexualidade, mas posso dizer que realmente acreditava que havia nascido assim. Não existia nenhuma possibilidade de mudança. Nestes 12 anos que passei na prática da homossexualidade, foram poucos os momentos em que me senti seguro. Pelo contrário, vivia na insegurança e na busca de amor e aceitação, que jamais encontraria nos rapazes com quem estive, eles não poderiam preencher o vazio do meu coração, homem nenhum poderia.

A verdade que achei ter encontrado na homossexualidade começou a causar dor. Esta dor era emocional e fazia minha alma tremer de tanta angústia, aquilo que um dia encontrei num churrasco estava me matando, então pensei: “que liberdade é esta que me faz tremer de tanta dor? Cansei de viver em busca do príncipe encantado, que depois de um tempo virava sapo e o encanto acabava.

A volta para casa

De repente, tudo começou a mudar e seguir um novo caminho em minha vida. Aquele brilho da descoberta do meio homossexual começou a passar. Aquele vislumbre de poder “sair do armário” que me acometeu no início começou a perder sua força. Após anos de prática homossexual entendi que nada preenchia o vazio e a insatisfação daquela vida. Minha vida na homossexualidade girava em torno de bares, boates, paquera, insegurança, parecia que meu coração havia virado carne moída. Mesmo buscando um relacionamento com base na fidelidade ninguém me levava a sério por muito tempo. A novidade de estar com alguém logo passava. Meus amigos viviam trocando de parceiros. Quanto engano. Na realidade eu buscava em outro homem aquilo que faltava em mim, precisava suprir uma carência que havia em minha alma que homem nenhum iria preencher, pois nem mesmo eles estavam satisfeitos consigo mesmo. Toda vez que conhecia um “casal” gay eu ficava imaginando se eram felizes verdadeiramente, e não dava outra, logo vinha a notícia de que o relacionamento havia acabado. O que parecia ser verdadeiro não durava muito tempo, e se durava era porque havia muita permissividade no relacionamento, o que fazia parecer que estavam juntos há muitos anos. Cansei de ver meus amigos passarem de mão em mão, trocando de parceiros como se troca de roupa.

Só depois de passar por um processo de resignificação de vida que entendi as histórias de vida abaixo:

Uma de minhas amigas contou sua história de como entrou na vida lésbica. Ela jamais havia imaginado estar num relacionamento lésbico. Ela apanhava do primeiro marido, e no segundo casamento também apanhou do marido que era muito possessivo. Daí conheceu nosso grupinho de amigos homossexuais e começou a freqüentar os bares e boates e logo recebeu um convite de uma mulher, a partir deste momento ela se entregou ao carinho e consolo desta mulher e iniciou uma longa caminhada de novas parceiras sexuais. A carência desta amiga fez com que aceitasse o consolo nos braços de outra mulher. Um rapaz do nosso grupo falou do relacionamento dele com o pai e dos abusos que sofria de um tio, depois de vários encontros na vida homossexual ele passou a ser Drag Queen. Um dos rapazes que tive um relacionamento veio de uma família onde o pai era totalmente ausente, a mãe para compensar a ausência do marido sufocou este filho que não tinha o pai como referência de homem e de masculinidade sadia. Cada um tinha um histórico que os remetia a uma tendência homossexual, mas era mais fácil viver como homossexual do que buscar mudança de comportamento.

Pensei na hipótese de abandonar a prática homossexual. Como sair se estava preso naquela vida? Afinal de contas eu não pedi para ter desejos pelo mesmo sexo. Quando percebi a atração pelo mesmo sexo já estava em mim, tomando conta da minha vida e dos meus desejos. Eu jamais iria optar em sofrer numa vida na homossexualidade. Enfim foram 12 anos na prática de um erro que fazia parte da minha vida. A vida na homossexualidade até então era o que eu sabia fazer e até então era verdade para mim. Certo dia, liguei para meu irmão menor e pedi que me ajudasse, precisava levar o que era meu para casa de minha mãe.

Saí da casa daquele rapaz, com quem vivi por quase cinco anos, não suportei tanta incerteza, tanta mentira, infidelidade e insatisfação. Meu irmão veio até a casa onde eu morava e lá estava eu com três sacos de lixo com tudo o que me pertencia dentro deles. Retornei para casa de minha mãe carregando comigo três sacos de lixo, financeiramente falido e numa tremenda dependência emocional, deixando para trás um “amigo” e tudo que até então achava que era verdade em minha vida.

A dependência emocional que nutria pelo meu “amigo” estava me matando a cada dia. Olhei para minha vida e percebi que havia construído minha história numa areia movediça. Tudo afundou nesta areia, assim como os amigos, as festas, os relacionamentos, os amores, as paixões. Cai numa depressão profunda. Surgiram questionamentos em minha mente do tipo: quem sou eu? O que fiz até agora? Acreditei ter nascido homossexual e agora percebo que esta prática está me matando. Precisava mudar, mas como? Não pedi para ter desejos pelo mesmo sexo. Não acordei de manhã e disse que seria homossexual. Deixar a prática homossexual era uma hipótese que estava longe demais para alcançar, ainda mais com desejos e sentimentos por pessoas do mesmo sexo.

Conseguia manter meu trabalho mesmo com a depressão. Programei em minha mente uma situação para que pudesse sobrevier à depressão e a dependência emocional que sentia pela vida na homossexualidade e por todos que lá ficaram. Era como se acionasse um botão imaginário em minha mente onde programava meu corpo para sair em direção ao trabalho, depois o desligava ao chegar em casa. Funcionoumesmo com angústia e tristeza tomando conta da minha alma. Minhas forças estavam se esgotando. Olhava para trás e não gostava do que via, o presente estava me torturando, olhava para frente e não visualizava nada. Dentro desta dor emocional ao qual estava enfiado, de tanto pranto, surgiu uma ajuda, uma mão que estava estendida para mim, pronta para me segurar até que recuperasse minhas forças e pudesse caminhar novamente. De repente recebi uma palavra de conforto e surgiu uma esperança. Uma porta de esperança onde não havia nada.

Encontro com Deus

Minha mãe, vendo toda minha angústia, fez-me um convite. Indicou que fizesse uma visita em uma igrejinha onde lá haveria uma missionária falando da Palavra de Deus. Não tinha nada a perder e aceitei o convite. A igreja era pequena, no Bairro Boa Vista. Lá estava eu sentado no meio dos ouvintes. A pastora anunciou a missionária que iria pregar naquela noite. Quando a missionária começou a falar do amor de Deus, meus olhos se encheram de lágrimas. Até então nunca havia ouvido alguém falar do grande amor de Deus pela minha vida, de um Deus que entregou seu Filho por amor de mim. Comi aquelas palavras, bebi de uma água (a Palavra de Deus) que poderia matar a minha sede. Ouvi que Deus me amava e poderia mudar a história da minha vida, que iria dar um novo significado para minha história e bastava eu crer no Filho de Deus,em Jesus. Comeceia buscar por este amor, por este Deus que ela falou tão bem. Um Deus que me prometia fidelidade, salvação e vida eterna através de Jesus. Jesus passou a ser parte da minha caminhada e através dEle encontrei resignificação da minha história.

Ao retornar para casa olhei para mim e permiti Deus mudar minha história. Surgiu uma esperança onde até então não havia nada. Tentava imaginar como aquele Deus mudaria minha vida. Em poucos dias, um gerente que trabalhava no mesmo setor que eu, vendo que minha angústia estava me consumindo, fez-me um convite. Amavelmente convidou-me para visitar a casa dele e participar de uma reunião. Aceitei de imediato sem saber o que realmente aconteceria nesta reunião. Ao chegar lá, fui recebido por pessoas de uma igreja que me amaram muito, um amor sem cobranças e julgamentos, apenas me amaram. Estudamos a palavra de Deus e comecei a aprender mais sobre aquele Deus que a missionária falou que iria mudar minha história, que iria dar um novo sentido para minha vida. No meio da dor, angústia e desespero pude sentir o amor de Deus me envolver. A graça de Deus é maravilhosa, ela alcança o mais profundo abismo. Não há lugar onde a graça de Deus não chegue para te tocar. Entendi que não estava sozinho neste momento tão difícil.

Em um destes encontros comentei da vida que levei na homossexualidade. Fui apresentado para um casal que ali estava. Um casal disposto a caminhar comigo. Toda semana eu estaria com eles para receber ajuda e orientação através das verdades que estão na Bíblia. Desesperadamente aceitei o desafio. Passei a fazer parte da rotina daquela família e a freqüentar uma igreja, pois precisava criar um novo círculo de amizades. Ficou combinado que toda segunda-feira eu estaria junto com o rapaz para estudar a Bíblia e fazer um discipulado. No primeiro encontro eu “vomitei” tudo o que estava preso em meu coração. Contei toda minha história e a dor emocional que ainda sentia. Ele ouviu pacientemente e falou que eu não era homossexual, disse que eu estava homossexual. Estas palavras entraram em meu coração e neste momento pensei que ele estava totalmente enganado, que não sabia o que estava falando. Eu sabia de tudo o que havia feito, da vida que levei na prática homossexual, dos desejos e vontades que tinha pelo mesmo sexo. E ele vem me dizer que eu não era homossexual. Imagina, tinha acabado de sair de um relacionamento homossexual de cinco anos e vem alguém me dizer que eu não era homossexual. Resolvi dar uma chance e continuei o discipulado. Começamos a sair e conversar não só sobre Bíblia, mas sobre relacionamento homem e mulher. Várias vezes íamos andar a cavalo em uma cidade próxima de Curitiba, chamada Campo Largo, comprei meu próprio cavalo. Foi muito terapêutico, pois lá eu ficava envolvido com outras atividades e esquecia da dependência emocional e da dor que sentia em meu coração.

A luz da Palavra de Deus trouxe a verdade, caindo toda mentira e engano. O vazio que havia em meu coração foi preenchido pelo amor de Deus. Conforme ia aprendendo a viver com Jesus, as mentiras iam sendo descobertas. Posicionei-me com todas as armas oferecidas na sua Palavra para resistir às imposições do mundo. Eu e o rapaz que vivia comigo, tínhamos uma Bíblia aberta na cabeceira da cama de casal, abertaem algum Salmoque não falava do erro em que vivíamos. Só líamos o que nos era conveniente, era mais fácil. É mais fácil dizer que a Bíblia precisa ser revista do que buscar mudança de vida.

Durante madrugadas estudei a Bíblia, procurei nela por algo que favorecesse a homossexualidade e não encontrei. Neste período clamava em oração por ajuda, chegava em casa na sexta-feira após o trabalho e só saía na segunda-feira para trabalhar. Lembrava-me das festas, do falso brilho, muita risada, gente bonita em suas roupas de marca, barriga cheia de comida e um espírito vazio, mas ao raiar do dia o falso brilho começava a se apagar e aí sim, vinha o vazio daquela vida. Não aceito mais isto em minha vida, hoje a luz que brilha em meu coração vem de Jesus e que a satisfação que tenho em viver vem dEle. Descobri que Deus me amava, mas não ao erro que cometia. Deus não condenaria esta prática em minha vida sem antes oferecer uma saída. A saída está na sua Palavra que é viva e eficaz e no amor de Jesus. Através do Espírito Santo fui convencido do erro em que vivia. Pois só o Espírito Santo pode nos convencer do erro, da justiça e do juízo. Compreendi e aceitei como verdade textos bíblicos que até então eu não aceitava como verdade. Achava que era somente para aquela época. Qual minha surpresa ao ver em minha vida as promessas de Deus serem cumpridas. Aquelas palavras de muito tempo atrás estavam causando efeito em minha vida hoje. A Palavra se mostrou em mim viva e eficaz.

Pude então perceber que realmente havia uma inversão na minha forma de amar. Analisei toda minha vida e conclui que durante o passar dos anos eu estava sendo “construído” para levar uma vida na homossexualidade. Seria difícil uma criança viver as situações que passei e não entrar na homossexualidade. O que havia sido aprendido poderia ser desaprendido. Na verdade aprendi a ser homossexual, e tudo o que fiz na prática homossexual não alterou minha heterossexualidade. Precisava não só mudar radicalmente, mas manter-me nesta mudança. Então tomei a decisão, fiz uma escolha, mudar a história da minha vida, buscar um sentido real para minha história. Conforme superava minhas dificuldades passava a ajudar outras pessoas. Iniciei um trabalho voluntário em uma casa de apoio onde havia crianças, jovens e idosos na mais drástica situação de abandono. Convivi com pessoas que contavam com ajuda voluntária para sobreviverem, pessoas que não serviam mais para a sociedade, deixadas de lado em conseqüência de suas escolhas erradas tais como uso de drogas, prostituição, tráfico entre outras. Algumas pessoas vinham das ruas, sujas e maltrapilhas, outras de famílias completamente disfuncionais. Olhei para a realidade delas e entendi que em meio a minha dor, poderia doar algo de mim para ajudá-los.

O tempo que passei nesta casa de apoio ajudou-me a crescer e amadurecer como pessoa. Sabia que poderia continuar com o trabalho voluntário, mas também aceitei que precisava de ajuda para tratar as minhas feridas na alma. Senti que faltava tratar algumas áreas em minha vida que estavam atrapalhando meu crescimento como cristão e como homem. Sentia solidão, passei a pensar em conhecer uma garota e poder fazer este trabalho voluntário junto com ela. Este passo, deixar uma mulher entrar em minha vida, exigiria muito de mim, teria que abrir mão de várias conquistas para alcançar este momento tão importante, pois não queria ficar só. Decidi não viver mais com homens logicamente teria que me relacionar com uma mulher. Só de pensar nas áreas de minha vida que teriam de ser tratadas eu já ficavaem pânico. Nãose trata da homossexualidade e sim das raízes que sustentavam a homossexualidade na minha vida.

Algumas pessoas que praticam a homossexualidade são completamente contra alguém oferecer ajuda a uma vida que deseja voluntariamente sair desta prática sexual. Isto é uma in justiça, eu precisei e busquei por esta ajuda e fico feliz por ter conseguido. Toda pessoa que está insatisfeita com sua homossexualidade deve ter a liberdade de buscar apoio. Nada mais justo do que isto, quem deseja estar na homossexualidade que fique, procure ser feliz, mas os que estão insatisfeitos merecem receber o apoio devido. Deve haver respeito para os dois lados. Se eu não tivesse recebido ajuda para deixar a prática homossexual não estaria vivendo esta felicidade e satisfação que tenho hoje fora desta prática. Sou contra quem condena e dificulta a vida dos praticantes da homossexualidade, deve-se com toda certeza ter respeito com todos. Quando decidi sair da homossexualidade, as pessoas que me ajudaram em nenhum momento quiseram mudar minha sexualidade, pois elas sabiam que sempre fui heterossexual, e que tudo que fiz e achei ser na questão homossexual não alterou minha heterossexualidade. Então, quando vejo alguém querendo impedir que se ajudem pessoas que voluntariamente buscam apoio para deixar a prática homossexual, fico perplexo, pois esta pessoa não está sendo justa. Há tempos atrás acompanhei um debate entre praticantes da homossexualidade e políticos sobre a questão de proporcionar ajuda aos que buscam voluntariamente deixar a prática homossexual. Neste debate, um praticante da homossexualidade foi questionado se em algum momento buscou ajuda para deixar esta prática e ele respondeu que sim. Isto quer dizer que ele teve a oportunidade de escolher buscar ajuda, porém não deu certo, e vem agora impedir que outros façam o mesmo?

Assim como eu, que era convicto da minha homossexualidade, um dia me encontrei muito insatisfeito e busquei ajuda para mudar, concordo que se ofereça apoio aos que buscam mudança de comportamento. Hoje posso viver a heterossexualidade de forma plena, imagina se houvesse algum impedimento?

Todos os rapazes com quem estive mantinham no seu íntimo a vontade de um dia terem uma vida diferente. Eu podia bater o pé e negar com minhas atitudes e palavras, mas no coração eu desejava mudar, só não sabia como. Deixar anos de prática homossexual exigiu de mim cura das feridas da alma, foi um processo gradativo e levou seis anos. Se tivessem prometido mudança instantânea e isto não ocorresse, eu poderia ir embora por não ver meus desejos e vontades transformados de um instante para outro e pior, poderia desacreditar do maravilhoso evangelho de Cristo. Mesmo no erro fui muito amado pelas pessoas que me evangelizaram. Aprendi que Jesus realmente veio ao mundo para buscar e salvar a todos que estão cativos do erro. Precisava buscar Deus de todo o meu coração, de toda minha alma e entendimento, pois não há transformação se não houver busca. Foi preciso abrir mão das situações que até então dominavam minha vida.

Muitos “amigos” do meio antigo me ligavam, não para me ajudar, mas para piorar o estado em que me encontrava. Lembro-me de uma ligação que recebi logo que decidi me afastar daquele meio. A pessoa dizia: ”Como está você Saulo, neste carnaval com quantas pessoas você ficou? Respondi: nenhuma. E ela dizia: “não posso acreditar, pois eu fiquei com seis pessoas nestes dias de carnaval!””. Quanto vazio, hoje se puder falar com esta criatura novamente eu diria: “venha conhecer a verdade, a verdade que trás paz e descanso para sua alma, venha para a luz que é viver com Jesus. Somente em Jesus poderá encontrar descanso e conforto para sua alma”. Cansei de buscar consolo, amor e aceitação através da homossexualidade.

Quando deixei tudo e todos do meio homossexual eu mantive contato somente com uma grande amiga. Ela continuava na vida lésbica e nos víamos de vezem quando. Seeu quisesse continuar em busca de resignificação de vida eu teria de deixá-la ir embora. Pois a influência dela poderia prejudicar minha caminhada. Uma vez aceitei um convite dela para ir num bar para homossexuais e o risco de regredir foi altíssimo, fui a um lugar que já havia freqüentado, e pela primeira vez pude perceber como eu havia vivido. Aquele bar parecia um açougue, onde bastava olhar para o lado e tinha um pedaço de carne para se relacionar comigo. Pude perceber como eu buscava me identificar com alguém, como procurava no outro o que faltou receber do meu pai e da minha mãe. Não poderia alcançar resignificação de vida voltando ao que sempre fiz, praticar a homossexualidade. Quando cheguei em casa, depois de sair deste bar, entrei no meu quarto e fiz uma oração de clamor a Deus, pedindo ajuda. Continuei a caminhada e abracei Jesus com toda minha força. Nenhum erro está fora da graça de Deus, nenhum. O amor de Jesus pode alcançar o mais profundo abismo. Passei a compreender a diferença entre tentação e pecado. Eu possuía o Espírito Santo que Deus me dera não para me impedir de ser tentado, mas para que me capacitasse a resistir e não ser vencido pelas tentações. Precisava de amadurecimento espiritual. Era preciso dedicação constante de minha parte. Neste momento eu precisava de amor e não de julgamentos.

Durante muito tempo continuei recebendo ligações para sair nos bares e boates. Relutei para não aceitar estes convites. Em meio a dor emocional que afetava até mesmo meu físico eu fiz uma escolha, decidi mudar e buscar crescimento e amadurecimento. De repente Deus providenciou uma mudança na minha vida. Que surpresa mais agradável. O louvor no final deste testemunho diz exatamente sobre esta libertação que recebi. Meus caminhos estavam sendo endireitados. Afastei-me de tudo e de todos do meio antigo, precisava buscar alimento para sobreviver e permanecer firme. Hoje posso enxergar e estar aqui falando do que Deus tem feito em minha vida, para honrar e glorificar este Deus que sirvo, onde pude receber e aceitar a verdade que estáem sua Palavraque liberta e dá vida. Descobri que estava alimentado por uma mentira, que acreditara em uma mentira. Quando pude perceber o que realmente eu tinha vivido, confessei que era pecador, aceitando Jesus como meu único Senhor e Salvador. Precisava desaprender o comportamento errado que havia aprendido e a Palavra de Deus começou a fazer sentido. Entendi que conheceria a verdade, e se iria conhecer a verdade o que eu vivia era mentira, falso, ilusão. Esta verdade me libertou do cativeiro ao qual me encontrava. Os rótulos que havia recebido começavam a cair. Hoje sou livre e sirvo a um Deus que muda o caminho errado e incerto de quem Ele quiser, e Ele quer que todos se salvem. Aquele que perder a sua vida por amor a Jesus encontrá-la-á. Lembremo-nos que Ele é o nosso Senhor, devemos nos curvar diante dEle. Ele nos dá o livre arbítrio para escolher entre a vida e a morte.

Hoje falo da dificuldade que vivi enquanto na homossexualidade. Falo mais da verdade que descobri através da palavra de Deus, verdade que me libertou e me tornou livre de todo engano que envolvia minha vida. Para você que se acha livre, que faz o que quer, cuidado, você está mais preso do que possa imaginar. A minha liberdade enquanto na homossexualidade acabou se tornando minha prisão.

Algum tempo atrás um travesti famoso deu uma entrevista em um programa de televisão, onde o entrevistador perguntou: “Você já colocou seios, já delimitou seu corpo com formas femininas, deixou o cabelo crescer, mudou seu rosto, seus lábios, pergunto: porque não faz uma cirurgia para tirar seu pênis e colocar uma vagina?”. Resposta: “Porque não quero fazer o que muitos travestis tem feito, passam horas com psicanalistas, horas de mutilação através de uma cirurgia, depois vão para casa se recuperar, e batem a cabeça na parede, porque sabem que foram feitos homens e pensam como homens”. As leis que hoje existem em países liberais, que asseguram o relacionamento homossexual, cirurgias para troca de órgão genital, seguro de vida, poderiam aliviar o preconceito à minha volta, facilitar o meu dia-a-dia, mas não poderiam assegurar e me proteger do vazio que estava dentro de mim. Existe perfeiçãoem Deus. Compreendique a vida homossexual que eu levava estava fora do plano perfeito de Deus para mim. A vontade de Deus para mim é boa, perfeita e agradável.

Durante os estudos de 2º grau tive um colega de sala que recebia muitas palavras de maldição vinda dos outros alunos, ele apresentava um jeito efeminado e por isto era rotulado de “veado”, “bicha”. Quando comecei a freqüentar as boates, vi uma mulher que me chamou a atenção, estava vestida de modo muito sensual, fui até ela para conhecê-la, ao me aproximar reconheci seu rosto. Qual minha surpresa ao ver que não era ela e sim ele, aquele rapaz do 2º grau que era efeminado. Havia colocado silicone no seu corpo para ganhar formas femininas.

Esta porção da sociedade que disse para este rapaz se aceitar assim é a mesma sociedade que o jogou em um caldeirão de água fervendo. Vejo uma grande parte de adolescentes e jovens sendo influenciados pela mídia, pela cultura, a se permitirem. De tanto receber informações de que a sexualidade deve ser vivida da forma em que achar melhor estes jovens acabam entrando em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo por simples influência de alguns. Há um cultura do “se é bom para você então faça, permita-se”. E paralelo a isto existem pessoas que insistem em dizer “eu preciso viver isto, preciso passar por isto para ver como é”. Nada mais do que tentar enganar a si mesmo para amenizar os efeitos da situação. Há poder na Palavra de Deus, poder que pôde transformar minha vida desde que aceitei a verdade. Busquei cura para as feridas da alma e transformação no meu viver. Deus oferece água viva para todos que tem sede. Quem tem sede vá até esta água que é a Palavra de Deus e beba e rios de água viva fluirão do seu interior.

Namoro

Comentei no decorrer deste texto que desejava conhecer uma garota, não queria viver só, mesmo sabendo que teria que tratar outras áreas da minha vida que até então não havia tratado. Relacionamento com pessoas do mesmo sexo eu não queria mais, então precisava aprender a me relacionar com o sexo oposto. Após 5 anos fora da prática homossexual e de aprendizado da Palavra de Deus participei de um encontro onde homens e mulheres insatisfeitos com uma vida na homossexualidade buscavam ajuda. Lá conheci uma psicóloga que comentou comigo sobre a necessidade de tratar algumas questões que estavam me impedindo de ter mais qualidade de vida, de alcançar meus novos objetivos e obter amadurecimento.

Trazia comigo cicatrizes que precisavam ser realmente tratadas. Agradeci o conselho desta psicóloga e sabia que iria precisar mexer nestas questões mais cedo ou mais tarde. A tendência homossexual que tive era conseqüência de diversas raízes profundas em minha alma. Esta psicóloga tinha conhecimento do que estava falando. Até hoje não tive a oportunidade de dizer a ela, mas uma frase que ela me disse causou grande impactoem mim. Pergunteise ela estava tendo muitos problemas por mudar a sexualidade de uma pessoa de homossexual para heterossexual. A resposta foi tremenda: “Jamais busquei mudar a sexualidade de ninguém, todos são heterossexuais, apenas auxilio pessoas em diferentes áreas de suas vidas que acabam fazendo com que elas deixem de estar homossexuais”.

Antes de ir para este encontro havia terminado meu namoro, pois estas questões que a psicóloga comentou afetavam minha saúde emocional. Conheci esta namorada em uma casa de apoio que passei a ajudar. Cheguei lá para oferecer ajuda voluntária e a conheci ao participar como ouvinte de uma palestra sobre abuso sexual. Gostei dela naquele momento, e sabia que uma nova fase em minha restauração na sexualidade estaria por começar. Vou compartilhar com você um pouco deste momento.

Convidei esta garota para tomar um café, um dos fatores que me motivou foi a admiração que tive por ela. Uma garota que passou pela dor e que havia decidido também resignificar sua história. Em minhas orações eu pedia para Deus que me apresentasse uma mulher que sabia o que era dor, assim ela entenderia a minha dor. Minha real intenção não seria tomar um café com ela e sim pedir para ela namorar comigo. Estava nervoso e minha voz tremia, e falei que desejava namorá-la, na verdade o nervosismo era tanto que quase vomitei as palavras.

Ela aceitou meu pedido e disse que seria preciso eu procurar o líder da casa de apoio e conversar com ele. Assim teríamos alguém acompanhando nosso relacionamento, onde indicasse limites seguros para nós dois. Esta decisão foi muito importante, ter alguém para prestar contas de nossas atitudes. De um lado estava eu com este histórico de homossexualidade e do outro estava ela com a sua história. Até aqui estávamos sofrendo conseqüências de escolhas erradas, então nos posicionamos para pelo menos tentarmos acertar em tudo que podíamos neste namoro.

Passamos a ter uma amizade especial, onde saíamos para nos conhecer. Foi ótimo para mim pois eu me sentia seguro sabendo que havia limites. De início nós íamos em parques, tomar sorvete, tomar café numa panificadora, e até mesmo sair para não fazer nada juntos, só sair e ficar junto. Passado um tempo iniciamos nosso namoro, nesta fase nós ficávamos mais tempo juntos, eu tive que aprender a andar de mãos dadas com ela, a sentir a pele do corpo e dos lábios. Tudo era um aprendizado, eu estava acostumado com a pele e o toque de pessoas do mesmo sexo. Foi incômodo no início, mas depois meu corpo foi se acostumando com estas novas situações. Um momento de grande alegria foi quando eu fiquei excitado ao beijá-la, e foi natural. Quando isto aconteceu pensei em como poderia ser isto. Passei anos me achando diferente, esquisito e de que não poderia namorar uma mulher e muito menos ter um relacionamento profundo e meu corpo se excita naturalmente com um beijo? Então quer dizer que minha heterossexualidade sempre esteve comigo, prontinha para ser usada! Até aqui eu só tinha relacionamentos com pessoas do mesmo sexo e me vejo excitado desta forma!

Tive admiração por minha namorada, o desejo de estar com ela era mais forte do que o medo que sentia pelo desconhecido. Volta e meia um pânico se apoderava de mim, pois tinha medo de algumas situações, medo de ficar sozinho com ela e ser abusado novamente, medo de ouvir novamente palavras que pudessem ferir minha masculinidade. Hoje consigo dar risada desta situação. Foi difícil cada momento deste relacionamento. Quando nós saíamos para namorar eu já planejava todo o percurso, desde o início até o fim, assim teria a certeza que não ficaríamos sozinhos. Com o namoro nosso relacionamento foi se estreitando e percebi que estaria em perigo.

A situação que vou contar agora demonstra como aquele abuso que sofri aos 18 anos ainda paralisava minha vida hoje. Estava em casa e recebi uma ligação, era minha namorada. Ela me fez uma pergunta que estremeceu meu chão, ela perguntou se poderia me chamar de “meu amor”, fiquei sem ar nesta hora, seria muita intimidade e eu poderia ser abusado na primeira chance. Durante outra conversa ela falou que assim que nos encontrássemos ela iria fazer algo bem gostoso para mim. Assim que eu desliguei o telefone entreiem pânico. Entendique ela iria chegar em casa e abusar de mim assim como aconteceu aos 18 anos de idade. Senti todas as sensações daquele abuso, era como se ela fosse me ridicularizar e atacar minha masculinidade. Em minha mente passou um filme, onde eu sofria todos os danos causados pelo abuso sexual de 20 e poucos anos atrás! Então seria mais fácil terminar o namoro, assim estaria seguro.

Então, terminei o namoro. Mais uma vez me vi sozinho fugindo de uma garota por estar com medo. Era necessário aprender a me relacionar com o sexo oposto, passar a ter relacionamento profundo e não superficial. Para isto acontecer eu precisaria tratar deste medo de ser abusado e ridicularizado. E eu precisaria contar para ela tudo o que se passava comigo, assim ela poderia saber em como lidar comigo nestes momentos.

Passou o tempo e senti saudades dela, detectei que o amor que sentia por ela era maior que todo o medo. Mas ela poderia estar me esperando ou não, eu estava correndo este risco. Em uma viagem que fizemos com nossos amigos voltamos a namorar. Pela segunda vez a pedi em namoro.

Noivado

A fase do namoro foi passando e decidi comprar as alianças para o noivado. Localizei a loja que iria comprar as alianças, enquanto caminhava em direção á loja fui surpreendido por um ataque de pânico, parecia que havia uma multidão a minha volta lançando palavras e olhares de reprovação por estar para adquirir as alianças do meu futuro casamento. Não consegui entrar na loja, dei outra volta e venci o medo entrando na loja sem demonstrar minha insegurança, tremia por dentro e suava muito. Estas sensações eram conseqüências do abuso sexual.

Guardei as alianças por um mês para me acostumar com a idéia e marcar um passeio com ela para fazer uma surpresa. Levei-a para um passeio ecológico e no meio do caminho parei o carro e com o coração saltando pela boca a pediem casamento. Foiuma cena inesquecível para nós dois. Neste momento estávamos demonstrando um para o outro a aceitação e concordância mútua da nossa união. Conto este fato para que possam entender a dificuldade que havia em mim para alcançar o meu sonho de ter uma mulher ao meu lado. Teria que vencer o medo.

Certa noite ao voltarmos de uma formatura, senti medo de ficar sozinho com ela, mesmo estando noivo. Decidi compartilhar com minha noiva sobre este medo, pois não queria estar casado e de repente ter medo de estar com elaem casa. Decidimosque eu iria procurar ajuda profissional, de algum psicólogo, e isto seria antes do casamento. Levei esta questão do medo para uma psicóloga de minha confiança, e falei do meu medo de ser abusado sexualmente pela minha noiva, do medo que havia na minha mente de ver minha masculinidade ser destruída novamente. Mesmo sabendo que minha noiva jamais faria isto senti medo. Era como se entre eu e ela surgisse um monstro enorme chamado “Abuso Sexual” e “Palavras Destrutivas”. Interessante que neste momento a questão da homossexualidade nem foi levadoem conta. Ahomossexualidade havia ficado para trás e o que ficou foram resquícios de experiências ruins da infância e adolescência.

Conforme ia tratando certas áreas em minha alma, a homossexualidade ficava cada vez mais distante. A psicóloga fez um trabalho excepcional em cima de várias experiências traumáticas que vivi. Detectamos que o medo era devido ao abuso sexual que passei há 20 anos atrás. As sensações do abuso sexual e das palavras que ouvi ficaram em minha mente e sempre que algum gatilho era acionado o medo surgia na minha frente. Este gatilho poderia ser simplesmente uma palavra que eu ouvia, como por exemplo o caso da conversa ao telefone com minha namorada onde ela disse para mim que iria fazer algo bem gostoso assim que nos encontrássemos. Estas palavras acionaram um gatilho onde pensei que ela iria fazer o mesmo que a namorada que tive á 20 anos atrás que causou o abuso. Neste momento eu queria terminar o namoro e ficar longe dela, fugir dela. O medo fazia com que eu parasse e não enxergasse mais nada na minha frente, a não ser o abuso sexual que poderia vir a sofrer. A psicóloga utilizou uma técnica que desensibilizou o trauma causado pelo abuso sexual.

Por incrível que pareça, não sobrou nenhum resquício do abuso que sofri. Foi como ela disse no início do tratamento, que eu iria estar sentado no banco do passageiro de um carro olhando a paisagem passar. Já havia participado de encontros de homens na igreja e estive sendo acompanhado por ela durante seis meses, em um período recebi a ajuda do seu marido. Foi de grande importância estar sendo aconselhado por este homem. Com ele pude ouvir situações que acontecem no relacionamento existente entre homem e mulher, como ter uma boa convivência com o sexo oposto. Conversávamos sobre sexualidade, intimidade sexual, relacionamento e outros assuntos de grande relevância para quem estava prestes a se casar. Este caminhar foi até o casamento e sei que posso contar com ele sempre que precisar. Procurei aproveitar todas as oportunidades que surgiam em minha frente, vários casais estiveram comigo neste período de restauração. Deixo claro aqui que em nenhum momento ninguém tentou mudar minha sexualidade, houve sim um tratamento de várias áreas da minha vida que acabaram atingindo uma melhora gradativa em minha sexualidade, onde os desejos homossexuais foram gradativamente perdendo força. O medo foi lançado fora, descobri que o verdadeiro amor lança fora todo o medo.

Casamento

Casei-me em novembro de 2006. Durante o noivado nós decidimos fazer algo bem simples, só no cartório para que não gerasse mais desgastes emocionais. Mas tudo caminhou tão agradavelmente que no final fizemos nosso casamento numa chácara com bastante convidados. Vivemos e degustamos cada fase do nosso relacionamento. Cada passo na hora certa, sem apressar o rio.

Agradeço a Deus por ter usado de pessoas em minha caminhada de restauração para que pudesse me relacionar adequadamente com uma mulher. Não há necessidade alguma em fazer o que eu fazia. A vida que levo com minha esposa é gratificante em todos os sentidos. Tenho alcançado saúde emocional e através disto tenho me tornado um homem melhor, um cristão melhor. As feridas na alma que carreguei por cinco anos, após entrar num processo, dificultavam minha caminhada como cristão. Quando aceitei a Cristo em minha vida tive a convicção que estava salvo, mas também sabia que precisaria tratar as feridas que estavam na minha alma. Deus também nos oferece saúde emocional. Paz é o que sinto hoje. Realmente a vontade de Deus para os que o amam é boa, perfeita e agradável. Casei-me porque não queria viver só, mas não é o casamento que irá dizer que uma pessoa deixou a homossexualidade.

Eu quero o bem desta terra e você? Muitos me chamam de louco, por ir contra o padrão deste mundo. Mas Deus escolhe as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias. Escolhe os pequenos para confundir os grandes.

Para você que deseja mudança de vida, que está cansado de tudo que tem feito, saiba que há esperança para você, enquanto houver vida, haverá esperança. Declare com sua boca que Jesus é o único Senhor e Salvador de sua vida, procure um povo de Deus para receber você, um povo que pregue Jesus como único Senhor e Salvador, passe a viver conforme a sua palavra porque, assim como Jesus me chamou pelo meu nome, Ele também te chama pelo seu nome.

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TESTEMUNHO DE CONVERSÃO E RESTAURAÇÃO DE SÉRGIO DUTRA

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião,

ficamos como quem sonha.

Então, a nossa boca se encheu de riso,

e a nossa língua , de júbilo; então,

entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor

tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas

fez o Senhor por nós; por isso estamos alegres.”

Salmos 126: 1-3.

Testemunho da conversao de Sergio Dutra:

Durante muito tempo eu achei que existiam coisas na vida de uma pessoa que não poderiam ser mudadas jamais!

Somos condicionados a aceitar certas situações como definitivas, as vezes situações que trazem dor e vergonha não apenas a nós mesmos, mas a tantos outros que nos cercam … e nos amam. Muitas vezes somos levados a acreditar naquele velho e batido ditado: “Pau que nasce torto, morre torto” …. Que mentira mais sem-vergonha! Que sociedade maquiavélica essa em que vivemos , esse sistema chamado “mundo” que se organiza sempre no sentido de afastar o homem do único capaz de ‘desentortar’ o pior dos homens!

Por que só há Um Caminho! Uma ünica Verdade! E a Vida verdadeira e abundante só se encontra n’Ele, Jesus Cristo me tirou de uma situação que parecia sem saída, de um estilo de vida que o “mundo”, especialmente nos dias de hoje, diz ser aceitável e normal, e o pior de tudo: definitivo, mas que no fundo, bem lá no fundo da minha alma me causava uma grande angústia e conflito! Quando eu ainda estava preso nas cadeias do homossexualismo, eu não tinha consciência de que toda aquela angústia , todo aquele conflito silencioso ( Sempre muito orgulhoso, eu jamais admitia isso, pelo contrário, procurava mostrar-me alegre e seguro de “minha opção” ) , tinha uma razão! Eu estava longe de Deus , separado d’Ele por um profundo e tenebroso abismo! Algo que a Palavra de Deus chama de pecado e que literalmente separa o homem de seu melhor amigo: seu Criador, aquele que o entende, que pode e quer fazer o ( aparentemente ) impossível! Salvá-lo de uma eternidade longe da Paz, do Amor e do Descanso que só Jesus pode dar e transformá-lo em Seu filho.

Esse é o meu testemunho:

A minha busca desesperada pelo amor errado nos lugares errados, com as pessoas erradas, sem jamais entender o significado do verdadeiro amor até descobrir que aquele amor pelo qual eu tanto ansiava, eu só poderia experimentar nEle, que me fez encontrar o Pai que eu sempre procurei e que estava mais perto do que eu podia imaginar.

“ E eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”

Apocalipse 3:20

 

Perdi meu pai ainda muito novo aos 4 anos de idade

Naquele momento eu ainda nao tinha noção da gravidade do que havia acontecido e da tragédia que se abatia sobre a nossa casa …. Na minha inocência de “menino novo” eu nao conseguia entender porquê a mamãe estava chorando e gritando tanto e o que todas aquelas pessoas estavam fazendo lá em casa … nao entendia o choro, os rostos transtornados, nao entendia todo aquele desespero! Alguém nos tirou da sala e nos levou para a varanda da frente de casa, ficamos brincando lá, eu e minha irmãzinha, alheios a toda aquela tristeza. Alguém chegou no portão da frente e nós fomos correndo contar ao visitante o que havia acontecido:

“ Mataram o papai “ dissemos ( Mesmo nao tendo a mínima noção do que aquilo significava.) As pessoas nos olhavam e ficavam caladas … o que falar numa hora dessas? Ainda mais para duas crianças?

Meu pai foi assassinado no seu açougue, aos vinte e nove anos de idade. Ele foi arrancado, de um momento para o outro, de nossas vidas; nunca mais o vímos, nunca mais ouvimos sua voz nos chamar quando voltava do trabalho com um brinquedo ou um pacote de doces, nunca mais seus abraços ou seus beijos! O vazio que ele deixou se tornou algo real para nós somente alguns anos mais tarde, quando já tinhamos consciência do que realmente acontecera …. Minha vida foi marcada profundamente pela falta dele.

Quando comecei na escola primária, um série de coisas estranhas começaram a contecer comigo, eu me sentia meio que excluido pelos outros meninos, ou talvez eu mesmo me sentisse muito mais a vontade na companhia das meninas, afinal essa foi sempre a minha companhia, minha mãe e minha irmã.

isso gerou muito deboche por parte dos meninos que comecaram a me por apelidos, nomes que me faziam chorar e a cada dia eu fui me tornando um garoto mais e mais introspectivo. O mais estranho para mim era o fato de eu me sentir atraido por eles tambem, queria abraca-los, algo que eu nao entendia.

Satanas usou varias pessoas e situacoes para me marcar e trazer inseguranca em relacao a quem eu era, desde membros da minha familia ate estranhos, programas de TV, colunas de jornal, filmes, tudo parecia me dizer que eu era “diferente”..

Ao chegar a adolescencia eu ja havia “me discoberto” gracas a todos os fatores acima citados e vivi toda a minha vida achando que ser homossexual era a minha vida! Cheguei a crer que havia nascido assim! Mas um dia ( Ha uns vinte e cinco anos mais ou menos ) minha Irma se converteu ao Senhor Jesus e por sermos tao amigos e nos conhecermos tao bem, eu fiquei tremendamente impactado pela transformacao que Deus fez nela e em sua casa. No fundo eu queria passar pela mesma experiencia, mas pensava: deus jamais me aceitaria … pois eu sou gay! Ela nunca desistiu de mim, mais de Dez anos se passaram e minha Irma sempre me dizendo que jesus poderia mudar a minha vida, mas eu ria na cara dela e pensava… “ voce e louca”….

Em 1998 eu decidi que viria para londres pois estava passando por um momento financeiro muito ruim e alem do mais “ ja nao aguentava mais “ minha Irma e meu cunhado falando de jesus pra mim!!! No dia 20 de Maio eu chegava a Londres, literalmente fugindo de Deus ! tudo tinha aquele sabor de aventura! De novidade!! Apesar disso eu estava me sentindo como que partido ao meio! De um lado a dor de deixar pra trás aqueles que eu nunca pude imaginar longe de mim, do outro o início de uma nova vida no exterior, e logo onde? a capital Gay da Europa, onde, pensava eu, poderia viver a vida que sempre quiz ter! Ser livre …. Sem ter que dar satisfação para ninguém! Fazer o que me desse ‘na telha’. Ao chegar na casa dos meus colegas, eu pedi para usar o telefone e liguei para a mamãe; acho que foi o pior telefonema da minha vida, quando nos escutamos, não ouve como controlar… a voz embargou… deu aquele aperto terrivel no coracao, os olhos encheram d’agua e choramos compulsivamente, tivemos que nos despedir, praticamente sem falar , só choramos.

Estranhei TUDO quando cheguei na Inglaterra, até a água eu achei esquisita! Mas o que me impressionou desde o primeiro momento foi aquele verdadeiro desfile de extravagâncias em vários pontos da cidade, tantos jovens com piercings ( em todos os lugares possíveis e imagináveis ), cabelos de tudo quanto é cor e jeito, gente com um visual prá lá de assustador! Comecei a perceber uma tristeza muito grande nos olhos daquela gente, o pior é que aquela tristeza era meio contagiosa .

Longe de casa e daqueles que verdadeiramente me amavam eu comecei a encarar a dura realidade de morar em uma terra estranha, tentar falar uma lingua estranha…. Mas deus teve compaixao de mim e me cercou de muitos servos dele, que a tempo e for a de tempo me lembravam de tudo aquilo que minha Irma havia dito pra mim. nesse meio tempo conheci uma jovem chamada alba na escola de ingles e ficamos muito amigos, mas nunca poderia imaginar nada com ela, nao sentia a menor atracao por mulheres e por ela nao era diferente, mas havia um carinho, uma identificacao , ela tambem havia sido marcado por satanas, de uma maneira diferente , por ter uma leve deficiencia fisica ela sempre se achou inferior a todos e todas… acho que de certa maneira isso nos proximou ainda mais.

Sou cidadao Portugues e ela Brasileira , sem direitos no Reino Unido, acabamos nos casando por conveniencia, pratica “comum” entre os estrangeiros para conseguir se legalizar no pais. Mas aquilo que era mentira se transformou em verdade, depois de voltar ao brasil de ferias, sem Alba, para rever a familia e apos ir a uma reuniao na comunidade evangelica da zona sul no rio de janeiro, comecei a notar mudancas em mim! Senti a sua falta, pensei nela o tempo todo! Ao voltar as mudancas se acentuaram. ate que um dia fomos juntos visitar um “casal” de amigos meus, passamos a tarde toda na casa deles e ao sairmos fomos para o ponto do onibus, fazia muito frio e nos abracamos enquanto o onibus nao chegava, eu nunca havia sentido aquela ternura com nenhum dos meus parceiros, eu olhei nos olhos dela e disse: “ Seria tao bom se fossemos REALMENTE casados… que pena que sou gay…” sabe? Eu sei que la do Seu Trono no Ceu, o Senhor me escutou e disse: “ Ah eh mesmo? Entao deixa comigo!!” em poucos dias no chuveiro de casa eu fui tomado por um choro incontrolavel e entreguei a minha vida ao Senhor Jesus Cristo, me arrependendo pelos meus pecados e pedindo para que Ele me ajuda-se a ser feliz pois havia me cans ado de lutar sozinho. Jesus eh Fiel e no dia seguinte o que era uma tremenda mentira se tornou numa extraordinaria realidade! Eu e minha esposa nos unimos e estamos juntos ate hoje ! Fomos batizados juntos, Deus nos due dois lindos filhos Matheus e Emmanuel, salvou minha mae que nao conhecia o amor de Jesus, hoje estamos todos em Londres , juntos servindo ao Rei, o meu Rei que me restaurou, que me amou, que me escolheu. Obrigado Meu maior amor! Jesus!!! Obrigado!

Sergio Dutra

Ex-líder gay de jovens ressurge para contar seu dramático testemunho de conversão

Patrick B. Craine

11 de novembro de 2009 (Notícias Pró-Família) — Dois anos atrás Michael Glatze provocou ondas de choque em toda a elite homossexual quando declarou publicamente que ele havia abandonado sua vida como proeminente ativista homossexual, se tornado cristão e abraçado a “sexualidade humana normal”.

Contudo, depois de ser vítima de intensas críticas e zombaria após sua conversão, Glatze decidiu “se retrair”, “ficar em silêncio” e “se preparar” por um tempo, mas agora diz que se sente compelido a dar seu testemunho de novo. Numa entrevista com LifeSiteNews.com (LSN), Glatze disse que, longe de ter voltado a seu velho estilo de vida (como muitos de seus críticos da comunidade homossexual disseram que ele faria), ele está “extremamente feliz, e apto a ter uma vida muito boa, normal e saudável”.

Glatze começou a se identificar como homossexual com a idade de 20 anos. Depois disso ele fundou uma popular revista homossexual para jovens — Young Gay America — com pouco mais de 20 anos, e se tornou uma fonte para os meios de comunicação nacionalmente reconhecida em questões homossexuais aos 30 anos.

Durante esse tempo, porém, ele começou a ter dúvidas sobre a homossexualidade, e em 2005, depois de uma década trabalhando no movimento homossexual, ele desistiu de tudo, decidindo que era “errado e imoral”. Pouco antes de deixar sua posição na revista, conforme ele relatou em 2007 quando revelou pela primeira vez acerca de sua conversão, ele escreveu em seu computador de escritório: “Homossexualidade é morte, e eu escolho vida”.

Depois de anunciar sua conversão, Glatze diz que foi “duramente criticado por pessoas que não me conheciam ao ponto em que eu precisava me retrair, para entender melhor tudo o que eu estava discutindo”.

“A fúria que vem dos indivíduos ‘gays’ contra pessoas como eu pode ser cruel e vil, e pode machucar”, ele disse para LSN. “Eles não param por nada para fazer me sentir envergonhado por minha atual posição acerca da homossexualidade, e tentar me fazer duvidar do que experimentei em minha vida”.

“Cheguei ao ponto em que decidi ficar em ‘silêncio’, e recusar ofertas para falar, e me preparar”, disse ele.

Desde então ele diz que “está confiando em Deus, e somente em Deus”. “Venho adorando viver uma vida relativamente normal”, disse ele. “Vou à igreja. Tenho namorado moças. E, continuo a entender as ramificações do pecado homossexual de forma cada vez mais profunda, e à medida que encontro outros presos nesse pecado, aprendo mais sobre a natureza humana, e observo minhas próprias experiências — comparando-as com o modo como eu poderia ter respondido ou reagido em certas situações apenas alguns anos atrás”.

Agora pronto para compartilhar seu testemunho de novo, ele diz que insiste em fundamentar sua identidade em Deus, em vez de se definir de acordo com sua condição de “ex-gay”. “Não quero ser algum tipo de porta-voz que faz essa questão parecer exagerada acerca de mim”, ele explicou.

“Há inúmeras pessoas que saíram do estilo de vida homossexual com êxito, largaram os hábitos do pecado homossexual e que têm vidas felizes e saudáveis”, ele continuou.

Ele diz que foi edificado por “muitos, muitos e-mails de pessoas de várias partes do mundo que se identificaram com meu testemunho… que me incentivaram a prosseguir nesta caminhada, que estão felizes, que abandonaram a homossexualidade, deixando-a bem para trás, que têm filhos e que têm belas esposas”.

“Parte do problema em ‘divulgar o testemunho’ é que estamos realmente apenas falando sobre a experiência humana normal”, disse ele. “Não é o tipo de coisa onde você sente a necessidade de investir horas de sua vida, correr e gritar ‘Gente, vocês precisam respirar o ar!’”

A verdade é “óbvia”, explicou ele. “A heterossexualidade é a sexualidade humana normal, enquanto a homossexualidade é um desvio. Essas são coisas óbvias. O que é tão inovador é o modo como os ativistas estão tendo sucesso em turvar a realidade”.

“Penso que enquanto os meios de comunicação perpetuarem o mito de que a homossexualidade não pode ser curada… quero continuar a espalhar a mensagem da verdade em oposição a essa mentira”, disse ele, “sustentado pelo fato de que estou mais feliz, mais confiante e muito mais saudável — e muito, muito menos gay — desde 2007 e os anos anteriores”.

(Leia por você mesmo uma coluna de Glatze.)

Veja a cobertura relacionada de LifeSiteNews.com:

Prominent U.S. Gay Activist Now Publicly Speaking Out Against Homosexuality

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/nov/09111207.html

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PR. VALDINEY ZUBA – EX TRAVESTI

sou um dos pastores do ministério Refúgio pentecostal aqui de Belo Horizonte Mg,sou um conferencista tenho levado a palavra de Deus aos 4 cantos desta terra, pregando em congressos, igrejas, radios, tv , etc…

ex travesti vivi 23 anos no homosexualismo comecei a manter relaçoes sexuais com pessoas do mesmo sexo aos 6 para 7 anos , aos 12 anos fiz um pacto com o diabo para me tornar um travesti, realizando meu sonho aos 14 anos,.

Me envolvi na prostituiçao em Montes claros e em Belo horizonte,nas grandes avenidas, atraves da prostituiçao contrai o virus HIV.

cheguei a usar mais de 9 tipos de drogas,de 66 kilos cheguei a pesar 37 kilos,tive uma parada cardio-respiratorio onde meu corpo seco manchado caiu ao chao e minha alma foi conduzida ao inferno onde presenciei os sofrimentos das almas perdidas e fiquei me lembrado de tudo que fiz aqui nesta terra,principalmente quando um crente falou comigo que se eu morresse daquele jeito que minha minha alma iria para o inferno,e nao dei ouvido,pelo contrario ri da cara dele e falei:que se fosse para o inferno que seria a noiva do diabo e que iria me deitar com a capetada toda. Paguei caro por ter blasfemado de um servo de Deus por isso fiquei de meia noite ate as seis horas da manha pagando o que minha lingua havia falado para aquele crente, foi quando tive um encontro com Jesus aceitando-o como meu único Senhor e Salvador, ELE me libertou, restaurou e hoje sou pastor, ministrando neste Brasil testemunhando que só Jesus cura,salva e liberta. Isto foi apenas um resumo do meu testemunho hoje o Senhor Jesus tem me levado em varias igrejas,tv,radio para prega e testemunha o que ele fez em Minha vida.

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