Vaticano conclui processos canônicos e expulsa dois monsenhores e padre pedófilos de Alagoas

Os pedófilos condenados pela justiça e expulsos pelo Papa
Os pedófilos condenados pela justiça e expulsos pelo Papa

Os monsenhores Luiz Marques Barbosa, 83, e Raimundo Gomes, 54, e o padre Edilson Duarte, 44, foram denunciados pelo senador Magno Malta (PR/ES) que presidia a CPI da Pedofilia

Segundo as vítimas, ex-coroinhas de Arapiraca, em Alagoas, “o bispo de Penedo, dom Valério Breda, se reuniu com os três na casa de Anderson Farias Silva, 22, uma das vítimas, para comunicar a decisão do Vaticano. "Ele disse apenas que os três não são mais padres", afirma Cícero Flávio Barbosa, 24, outra vítima. Fabiano Ferreira, 22, também foi abusado pelos religiosos durante mais de seis anos.

Os denunciados, até então autoridades respeitadas no município de Arapiraca, foram investigados pela CPI da Pedofilia. Monsenhor Luiz Marques, idoso de 83 anos, foi filmado, em toda virilidade, em cenas de sexo com um jovem coroinha. Para os familiares das vítimas, a expulsão "prova" que as acusações são verdadeiras e que o Senador Magno Malta agiu corretamente dando voz de prisão ao Monsenhor Luiz Marques, que também é tenente -coronel da Polícia Militar e ex-capeão de São Paulo.

Em dezembro, a Justiça condenou Luiz Marques a 21 anos de prisão por exploração sexual de menores, e Raimundo e Edilson, há 16 anos e quatro meses cada um. Os três negam abuso e vão recorrer em liberdade.

As vítimas, Anderson Farias, Cícero Flávio e Fabiano Ferreira, em breve contato telefônico com o senador Magno Malta, emocionados, agradeceram a coragem do parlamentar do Espírito Santo que desbaratou a quadrilha de abusadores, que usava o bom nome da Igreja para explorar e abusar sexualmente de meninos carentes.

Senador Magno Malta, que está em São Paulo, já sabia da condenação judicial, mas foi surpreendido com a informação da expulsão dos ex-padres. “Já apresentei Voto de Aplausos ao Papa Bento XVI que considerou abominável e hediondo o crime da pedofilia, agora, fico mais feliz de saber que o Vaticano não deixou impune a quadrilha que não respeitava a Igreja e cometia crimes que matam a alma das crianças e jovens”, resumiu Malta, que no período eleitoral sofreu dura perserguição da Igreja Católica no Espírito Santo.

Para o senador será motivo de honra e alegria rever os jovens e familiares que tiveram a dignidade de enfrentar a cidade, reduto extremamente católico, para denunciar o mais grave escândalo já ocorrido no seio da Igreja em Alagoas. "Seja quem for, padres, pastores, juizes, médicos, ricos ou pobres, que venham abusar de crianças devem aprodrecer na cadeia", setenciou Malta que defende no Brasil a pena de prisão perpétua para pedófilos.

Quase dois anos após denunciarem o abuso, os três afirmam que largaram os estudos e não conseguem emprego. "Ficamos muito expostos. Todo mundo nos conhece", diz Cícero Flávio Barbosa. "A gente sai na rua e ouve: 'Aquele lá é o coroinha'. Fica difícil estudar e trabalhar assim", afirma Anderson Farias Silva. Fabiano Ferreira, 22, conta que é xingado por quem apóia os religiosos.

Os abusos sexuais contra crianças começavam no seminário. Depois de abusados, os religioso, então já sem alma, viravam abusadores. Foram décadas de práticas imorais na paróquia. “Acabamos com um ciclo. O padre Edilson réu confesso, disse-me no Fórum de Arapiraca que aos 14 anos foi abusado no seminário. Quando ordenado padre, ele então virou um pedófilo, aliciando crianças de 10 anos de idade, como foi denunciado por um pai. É momento de apoiar estas vítimas que regataram a moral da cidade e não merecem nenhum estigma. São heróis, jovens simples, que deram uma lição de ética e coragem. Vou recebê-los em breve, como prova de apoio e farei uma homenagem pública aos três cidadãos”, finalizou Magno Malta.
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