1. Introdução
Ao
nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de recursos superiores
ao nosso mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em nosso meio, de um
lugar para o outro, com grande rapidez e movimentos imperceptíveis. Alguns
desses espíritos se interessam pelo nosso bem estar, outros porém, estão
empenhados em fazer-nos o mal. Muitas pessoas questionam se existem realmente
tais espíritos ou seres, quem são, onde se encontram e o que fazem.
A
palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança, e que
possui respostas para estas perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de
seres superiores ao homem. Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos
celestiais, a inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são
os anjos de Deus, os quais estão sujeitos ao governo divino, e o importante
papel que têm desempenhado na história da humanidade torna-os merecedores de
referência especial. Existem também aqueles, pertencentes à mesma classe de
seres, que anteriormente foram servos de Deus mas que agora se encontram em
atitude de rebelião contra seu governo.
A
doutrina dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são
fundamentalmente os ministros da providência de Deus. Essa doutrina permite-nos
conhecer a origem, existência, natureza, queda, classificação, obra e destino
dos anjos.
2. A origem dos
anjos
A
época de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma, mas é
provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus (Gn 1:1). Pode
ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus e
antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38:4-7, rejubilavam todos os
filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra. Que os anjos não
existem desde a eternidade é mostrado pelos versículos que falam de sua criação
( Ne 9:6 , Sl 148:2,5; Cl 1:16 ). Embora não seja citado número definido na Bíblia,
acredita-se que a quantidade de anjos é muito grande (Dn 7:10; Mt 26:53; Hb
12:22).
3. A natureza dos
anjos
3.1-
São seres espirituais e incorpóreos.
Os
anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão
limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e
movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de
serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de
tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn 19:1-3).
Que
os anjos são incorpóreos está claro em Ef 6.12, onde Paulo diz que "a
nossa luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes". Outras referências: Sl 104:4;
Hb 1:7,14; At 19:12; Lc 7:21; 8:2; 11:26; Mt 8:16; 12.45. Não têm carne nem
ossos e são invisíveis (Cl 1:16).
3.2-
São um exército e não uma raça.
As
Escrituras ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os
anjos (Mt 22:30; Lc 20:34 -36), portanto não se caracteriza uma raça. No Velho
Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de "filhos de Deus"
(Gn 6:2,4; Jó 1:6; 2:1; 38:7) mas nunca lemos a respeito dos "filhos dos
anjos". Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não
tem sexo, não propagam sua espécie (Lc 20:34-35).
Várias
passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos (Dn
7:10; Mt 26:53; Sl 68:17; Lc 2:13; Hb 12:22), e são repetidamente mencionados
como exércitos dos céus ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo
que queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: "Acaso pensas que não
posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de
anjos"? (Mt 26:53). Portanto, seu criador e mestre é descrito como
"Senhor dos Exércitos".
É
evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem
mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem, não pode estar em
dois ou mais lugares simultaneamente.
3.3-
São seres racionais morais e imortais.
Aos
anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de
vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se
imediatamente do fato de que são espíritos (2 Sm 14:20; Mt 24:36 , If 3:10; 1
Pe 1:12; 2 Pe 2:11). Embora não sejam oniscientes, são superiores aos homens
em conhecimento (Mt 24:36) e por ter natureza moral estão sob obrigação
moral; são recompensados pela obediência e punidos pela desobediência.
A
Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como "santos anjos" (Mt
25:31; Mc 8:38; Lc 9:26; At 10:22; Ap 14:10) e retrata os que caíram como
mentirosos e pecadores (Jo 8:44; 1 Jo 3:8-10).
A
imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão
sujeitos a morte (Lc 20:35-36), além de serem dotados de poder formando o exército
de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o que o
Senhor mandar ( Sl 103:20; Cl 1:16; Ef. 1:21; 3:10; Hb 1:14) enquanto que os
anjos maus formam o exército de Satanás empenhado em destruir a obra do Senhor
(Lc 11:21; 2 Ts 2:9; 1 Pe 5:8 ).
Ilustrações
do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão
(At 5:19; 12:7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo
de Cristo (Mt 28:2)
4.
A classificação dos anjos
4.1-
Anjos bons e anjos maus
Há
pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra
criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Pressupõe-se que
todos os anjos tiveram um boa condição original (Jo 8:44; 2 Pe 2:4; Jd 6). Os
anjos bons são chamados "anjos eleitos" (1 Tm 5:21) e evidentemente
receberam graça suficiente para habilitá-los a manter sua posição de
perseverança, pela qual foram confirmados em sua condição e agora são
incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos de
luz" (2Co 11:14). Sempre contemplam a face Deus (Lc 9:26), e tem vida
imortal (Lc 20:36). Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus (Ne 9:6;
Fp 2:9-11; Hb 1:6; Jó 38:7; Is 6:3; Sl 103:20; 148:2 Ap 5:11).
4.2-
Quatro tipos de anjos bons:
1.
Anjos:
Tanto no grego quanto no hebraico a palavra "anjo" significa
"mensageiro". São exércitos como seres alados (Dn 9:21; Ap 14:6)
para nos favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para
dar assistência aos herdeiros da salvação (Hb 1:14). Eles se regozijam com a
conversão de um pecador (Lc 15:10), exercem vigilância protetora sobre os
crentes (Sl 34:7; 91:11), protegem os pequeninos (Mt 18:10), estão presentes na
igreja (1 Tm 5:21) recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de
Deus (Ef 3:10; 1 Pe 1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lc
16:22,23). A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes
individuais não tem apoio nas Escrituras. A declaração de Mt 18:10 é geral
demais, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente
encarregado de cuidar das criancinhas. At 12:15 tampouco o prova, pois esta
passagem mostra apenas que, naquele período primitivo havia alguns, mesmo entre
discípulos, que acreditavam em anjos guardiões.
Embora
os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum
modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral "anjo", a Bíblia
emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego
"angelos" (anjos = mensageiros) também e freqüentemente aplicado a
homens (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24; 9:52; Gl 4:14). Não há nas Escrituras um
nome geral, especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são
chamados filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hb 1:14), santos (Sl 89:5,7;
Zc 14:5; Dn 8:13), vigilantes (Dn 4:13,17). Contudo, há nomes específicos que
indicam diferentes classes de anjos.
2.
Querubins:
São responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gn 3:24), observam o
propiciatório (Ex 25:18,20; Sl 80:1; 99:1; Is 37:16; Hb 9:5) e constituem a
carruagem de que Deus se serve para descer a terra (2 Sm 22:11; Sl 18:10). Como
demonstração do seu poder de majestade, em Ez 1º e Ap 4º são representados
simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que outras criaturas,
eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a
defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na
descida de Deus a terra.
3.
Serafins:
Mencionados somente em Is 6:2,6, constituem uma classe de anjos muito próxima
dos querubins. São representados simbolicamente em forma humana com seis asas
cobrindo o rosto, os pés e duas prontas para execução das ordens do Senhor.
Permanecem servidores em torno do trono do Deus poderoso, cantam louvores a Ele
e são considerados os nobres entre os anjos.
4.
Arcanjos:
O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas escrituras (1 Ts 4:16; Jd 9), mas há
outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a ser
chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos (Ap 12.7) e como príncipe
do povo de Israel (Dn 10:13,21; 12.1). A maneira pela qual Gabriel é mencionado
também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está diante da
presença de Deus (Lc 1:19) e a ele são confiadas as mensagens de mais elevada
importância com relações ao reino de Deus (Dn 8:16; 9:21).
Obs.:
Principados, potestades, tronos e domínios: A Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados e potestades (Ef 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Ef 1:21; Cl 1:16 ) e poderes (Ef 1:21 , 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade entre eles. Embora em Ef 1:21 a referencia parece incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Ef 6:12; Cl 2:15).
Principados, potestades, tronos e domínios: A Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados e potestades (Ef 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Ef 1:21; Cl 1:16 ) e poderes (Ef 1:21 , 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade entre eles. Embora em Ef 1:21 a referencia parece incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Ef 6:12; Cl 2:15).
4.3-
Anjos Maus
Os
anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre
escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu
(2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho.
Alguns tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da
futura encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.
Segundo
as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no mundo,
especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo
12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Ap 12:4,7-9). Enganando
os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles (2 Co 4:3,4; Ef
2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que são fieis a Cristo,
pela redenção que ele consumou (Ap 5:9; 7:13,14).
Os
anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no inferno
foi preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25:41).
Os
anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são
opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos
contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.
5. A queda dos
anjos
5.1-
O fato da sua queda
Tudo
nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo
1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo
versículo deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis
que era muito bom". Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em
santidade quando originalmente criados. Algumas pessoas acham que Ez 28:15 se
refere a Satanás. Se for assim, ele é definitivamente mostrado como tendo sido
criado perfeito. Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl
78:49; Mt 25:41; Ap 9:11; Ap 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu
próprio principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2 Pe 2:4). Não há
duvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17
parece lamentar a sua queda.
5.2-
A época de sua queda
Nas
Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa
claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na
forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn 3).
5.3-
A causa de sua queda.
De
acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos. A
criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada na
posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar
por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.
Portanto,
conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e
autodeterminada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas
como possíveis causas. Em Ez 28:11-19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás
e diz-se que ele caiu devido a essas coisas.
Ambição
desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O rei da
Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar Satanás
(Is 14.13-14).
Em
qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o
desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de
outros anjos que o seguiram.
5.4-
O resultado de sua queda
1.
Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em
natureza e conduta (Mt 10:1; Ef 6:11-12; Ap 12:9);
2.
Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia
do julgamento (2 Pe 2:4);
3.
Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição
à obra dos anjos bons (Ap 12:7-9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9);
4.
Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi
amaldiçoada ao pecado de Adão (Gn 3:17-19) e a criação está gemendo por
causa da queda (Rm 8:19-22). Não é improvável, portanto, que o pecado dos
anjos tenha tido algo a ver com a ruína da criação original no capítulo 1º
de Gênesis;
5.
Eles serão, no futuro, atirados para a terra (Ap 12:8-9), e após seu
julgamento (1 Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mt 25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).
6. Os demônios
As
Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte
do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro
testemunho da sua existência real e de sua posição (Mt 12:26-28). Nos
Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas
pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta possessão se
evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades, associadas
principalmente com o sistema mental e nervoso (Mt 9:33; 12:22; Mc 5:4,5). O
indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito
fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e
geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força
sobrenatural.
Quando
examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem
ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que
na Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.
Ainda
que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie,
tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único
"diabo". Diabo é a transliteração do vocábulo grego
"diabolos", nome que significa "acusador" e é aplicado nas
Escrituras exclusivamente a Satanás. "Demônio" é a transliteração
de "daimon" ou "daimonion".
6.1-
A natureza dos demônios
1.
São seres inteligentes (Mt 8:29,31; 1 Tm 4:1-3; 1 Jo 4:1 e Tg 2:19),
possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem
personalidade (Mc 1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18-31);
2.
São seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mt 8:16; Lc
10:17,20);
3.
São reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento;
4.
São seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás
praticamente ubíquo por meio desses seus representantes;
5.
São seres vis e perversos - baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm
4:1; Mt 4:3);
6.
São servis e obsequiosos (Mt 12:24-27). São seres de baixa ordem moral,
degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.
6.2-
As atividades dos demônios
1.
Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc 5:8,
11-13);
2.
Afligem aos homens mental e fisicamente (Mt 12:22; Mc 5:4,5);
3.
Produzem impureza moral (Mc 5:2; Ef 2:2);
7. Satanás
7.1-
Sua origem
Alguns
afirmam que Satanás não existe, mas observando-se o mal que existe no mundo,
é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a obra de Satanás
durante a sua ausência, se é que ele não existe?"
Satanás
aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era
originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder
dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, Satanás
era originalmente Lúcifer ("o que leva a luz"), o mais glorioso dos
anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu
"na condenação (Ez 28:12,19; Is 14:12-15). O nome "Satanás"
revela-o como "o adversário", não do homem em primeiro lugar, mas de
Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da produção de Deus, forja a
destruição, razão pela qual é chamado Apolion (destruidor), Ap 9:11, e ataca
Jesus, quando Este empreende a obra de restauração. Depois da entrada do
pecado no mundo ele se tornou "diabolos" (acusador), acusando
continuamente o povo de Deus, Ap 12:10. Ele é apresentado nas Escrituras como o
originador do pecado (Gn 3:1,4; Jo 8:44; 2 Co 11:3; 1 Jo 3:8; Ap 12:9; 20:2,10)
e aparece como reconhecido chefe dos que caíram (Mt 25:41; 9:34; Ef 2:2). Ele
continua sendo o líder das hostes angélicas que arrastou consigo em sua queda,
e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino. É também
chamado "príncipe deste mundo" (Jo 12:31; 14:30; 16:11) e até mesmo
"deus deste século" (2 Co 4:4). Não significa que ele detém o
controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a
Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo
naquilo em que está separado de Deus (Ef 2:2).
Ele
é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente;
exerce influência em grande escala, mas restrita (Mt 12:29; Ap 20:2), e está
destinado a ser lançado no abismo (Ap 20:10).
7.2-
Seu caráter:
·
Presunçoso
(Mt 4:4,5);
·
Orgulhoso
(1 Tm 3:6; Ez 28:17);
·
Poderoso
(Ef 2:2);
·
Maligno
(Jó 2:4);
·
Astuto
(Gn 3:1; 2 Co 11:3);
·
Enganador
(Ef 6:11);
·
Feroz
e cruel (1 Pe 5:8).
7.3-
Suas atividades:
1.
A natureza das atividades:
·
Perturbar
a obra de Deus (1 Ts 2:18);
·
Opor-se
ao Evangelho (Mt 13:19; 2 Co 4:4);
·
Dominar,
cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Ap 20:7,8; 1 Tm 3:7);
·
Afligir
e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).
2.
O motivo de suas atividades:
Ele odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta
destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu
sabor, o homem torna-se vítima nas suas mãos inescrupulosas.
3.
Suas atividades são restritas: Ao
mesmo tempo que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não
exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, ele já é um inimigo
derrotado (Jo 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à tentação.
Apesar de rugir furiosamente ele é covarde (Tg 4:7). Não pode tentar (Mt 4:1),
afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no crente sem a permissão de
Deus.
7.4-
Sua atuação
Não
limita sua operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age nos círculos
mais elevados como "um anjo de luz" (2 Co 11:14). Deveras, até
assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no
ajuntamento dos anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos "doutrina de demônios"
(1 Tm 4:1) e "a sinagoga de Satanás" (Ap 2:9). Freqüentemente seus
agentes se fazem passar como "ministros de justiça" (2 Co 11:15).
7.5-
Sua derrota:
Deus
decretou sua derrota (Gn 3:14,15). No princípio foi expulso do céu; durante a
grande tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Ap 12:7-9);
durante o milênio será aprisionado no abismo (Ap 20:1-3), e depois de mil anos
será lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Dessa maneira a Palavra de Deus nos
assegura a derrota final do mal.
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