(Lucas
1.26-28)
Desejamos saudar as mães cristãs ao meditar sobre a mãe de Jesus, nosso Salvador, modelo de mulher cristã, modelo de mãe, modelo de mãe cristã. Falamos tanto em Pedro, Paulo, João, Barnabé, ou nas santas mulheres da Bíblia como Sara, Maria, Débora, Ester, Maria Madalena, Marta e Maria, Priscila, mesmo a anônima samaritana, mas esquecemos de voltar os olhos, a mente e o coração para a mulher de coragem, submissa, dedicada, agraciada, serva de Deus que foi Maria de Nazaré!
Desejamos saudar as mães cristãs ao meditar sobre a mãe de Jesus, nosso Salvador, modelo de mulher cristã, modelo de mãe, modelo de mãe cristã. Falamos tanto em Pedro, Paulo, João, Barnabé, ou nas santas mulheres da Bíblia como Sara, Maria, Débora, Ester, Maria Madalena, Marta e Maria, Priscila, mesmo a anônima samaritana, mas esquecemos de voltar os olhos, a mente e o coração para a mulher de coragem, submissa, dedicada, agraciada, serva de Deus que foi Maria de Nazaré!
Por
outro lado, tentaremos desfazer a idéia errônea de não-evangélicos a
respeito do relacionamento entre os cristãos evangélicos e Maria, nossa irmã
na fé, e mãe do Redentor.
SUA
PESSOA
O
Novo Testamento tem pouco a dizer sobre Maria. É, na verdade, extremamente lacônico
ao falar de sua vida. Não tem ela lugar de proeminência nos Evangelhos. Como
diz uma autora católica "Parece até ausente do ministério de Jesus, seu
filho" Dois dos evangelistas até deixam de colocá-la no início do relato
(Marcos e João), pois a história da infância de Jesus, o chamado
“Evangelhos da Infância”, somente é relatada em Mateus e Lucas.
Suas
últimas palavras registradas foram as do casamento em Caná da Galiléia (João
2.3). Fora esse episódio, quantas anotações temos do que falou? Em Mateus e
em Marcos nada foi registrado. Em Lucas, (1) na cena da anunciação (1.34,38),
(2) no Magnificat (1.46-55), e (3) em 2.48 quando Jesus já está com doze anos
e fora levado para se tornar um bar mitzvá . E apesar de todo esse silêncio, a
Outra Igreja procura construir um elaborado sistema de obras de Maria e de devoção
à sua pessoa?!
Seu
nome é a forma greco-latina do hebraico Miriam, nome da irmã de Moisés. No
Novo Testamento, é registrada a presença de várias Marias: Maria Madalena,
Maria, irmã de Lázaro e de Marta, Maria, a mãe de João Marcos, Maria, membro
da igreja em Roma, e Maria de Nazaré.
De
fato, morava em Nazaré. O Novo Testamento não o afirma, mas o chamado
Proto-evangelho de Tiago declara terem sido seus
pais Joaquim e Ana. Tinha cerca de quatorze anos quando ficou noiva de José,
carpinteiro de profissão e descendente da casa real de Davi, da qual haveria de
nascer o Messias.
Lucas
descreve a cena do anúncio de haver sido escolhida para mãe do Messias
(1.26ss). O mensageiro de Deus a chama de "agraciada", ou seja, que
ela era alvo de um favor especial de Deus, e não que fosse fonte de graça.
Esse favor, essa graça especial era ser mãe do "Filho do Altíssimo",
mãe do filho do El Elyon (cf. 1.32)! Ora, senhoras e moças judias ansiavam
pelo privilégio de ser a mãe do Ungido de Deus, porém Ele não buscou essa moça
no palácio de Herodes nem nas camadas altas da sociedade entre os saduceus; fê-lo
entre o povo, e agraciou uma jovem simples, pobre, surpreendendo, deste modo, a
expectativa e mente de todos (cf. 1Coríntios 1.27). Maria era tão humilde, simples e
pobre que ao levar Jesus bebê a Jerusalém para o consagrar, e fazer o sacrifício
ordenado pela Lei de Moisés (Êxodo 13 .2; Levítico 12.1-3, 6-8), ofereceu dois pombinhos
em vez de um cordeiro (Lucas 2. 24).
Aliás,
poderia ter dito "não" quando do anúncio, mas não o fez; poderia
ter evitado todo o futuro sofrimento, aceitou-o, porém, com resignação e
entrega absoluta. Suas Palavras o atestam: "Disse então Maria: Eis aqui a
serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra". (Lucas 1.38a).
Concebeu
do Espírito Santo como o diz Mateus 1.18 (cf. Lucas 1.35) tornando-se entre as
mulheres a única que pode ser chamada, como o foi por Isabel,
"bendita" por trazer no ventre o "bendito fruto" do Eterno
(cf. Lucas 1.42).
IDÉIAS
SOBRE MARIA
Dói-nos
ter que abordar o que segue; preferiríamos não precisar mencionar certas questões
de teologia popular e, lamentavelmente, também de teologia oficial a respeito
da mãe de Jesus. Nosso objetivo não é atacar ou hostilizar a crença de ninguém.
Mas, sim, examinar o que diz a Bíblia sobre certas atitudes, doutrinas, dogmas
que desvirtuaram o lugar dessa extraordinária mulher cristã, bendita entre as
demais.
As
idéias não encontradas na Bíblia são: a imaculada
conceição, a sua virgindade
perpétua, a co-redenção,
a sua assunção
corporal aos céus, o título "Mãe
de Deus", o culto
a Maria. Tudo
nasce da pergunta se Maria é salva ou salvadora. Diz a Bíblia
que precisou ser salva, pois a própria Maria o afirma: "o meu espírito
exulta em Deus meu salvador" (Lucas 1.47). Pensar diferentemente leva aos
dogmas que a Igreja majoritária tem formulado.
A
imaculada conceição. É a idéia que
para ser mãe do Salvador que não tinha pecado, ela mesma teria que ser isenta
de pecado. Deus a teria, portanto, preservado já na sua fecundação da mancha
do pecado original. Essa é uma idéia que não combina com a doutrina da Bíblia
que ensina "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há
em Cristo Jesus" (Romanos 3.23, 24).
Ter
sido escolhida para gerar o Messias não significa ter sido concebida e nascida
sem pecado, nem ter sido a mais perfeita mulher que já viveu. Esse dogma foi
promulgado em 1854 pelo Papa Pio IX.
A
virgindade perpétua ensina
que a mãe de Jesus foi virgem antes, durante, depois do parto, e continuou a sê-lo
durante sua vida de casada, de esposa e mãe. Tal doutrina foi definida pelo
Concílio Constantinopla II em 553, e nasceu, sobretudo, do apreço à vida monástica
(em franco progresso o ascetismo), e do menosprezo ao casamento considerado como
estado inferior ao celibato. A insistência católico-romana na virgindade perpétua
de Maria objetiva justificar o celibato dos seus sacerdotes e freiras. A Bíblia,
no entanto, fala diferentemente: chama a Jesus de seu filho "primogênito"
e não de "unigênito" .
Grávida
virgem, deu à luz virgem, porém Mateus 1.25 ensina que após o nascimento (e a
purificação subseqüente), passou a ter vida matrimonial perfeita e
absolutamente normal:
"... e não
a conheceu enquanto ela não deu à luz um
filho; e pôs-lhe o nome de Jesus". (Mateus 1.25).
E
porque não é desdouro ser a mãe do Messias e mãe de outros filhos com seu
marido, o Novo Testamento apresenta os nomes de seus filhos: Tiago, José,
Simão e Judas, além das irmãs não nomeadas (cf. Marcos 6. 3). Que divina
sabedoria, o Espírito Santo ter permitido registrar o nome de seus irmãos! Há
quem queira dizer que (1) seriam
filhos de José de um casamento anterior,
não há, porém, registro disso; ou primos
de Jesus, no entanto, a palavra usada foi adelphos, pois existe outra, anepsiós
que quer dizer "primo, sobrinho", não usada aqui pelos evangelistas.
Co-redenção
de Maria junto
à cruz do Calvário, ou seja, "sócia na obra da salvação". Uma
coisa é dizer que Maria teve um papel único, exclusivamente seu na realização
do plano de Deus para a salvação da pessoa humana; é dizer que os fatos da
encarnação e do nascimento virginal são de tremendo significado para a
Cristologia. Mas outra coisa é atribuir-lhe função salvífica, papel de
salvadora e obra co-redentora.
Muita
lenda tem surgido por falta de informação e estudo da Bíblia. Jesus ensinou
que "errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mateus
22.29), e por falta de conhecimento da Palavra Santa, há quem participe da Ceia
(Eucaristia) nos cinco primeiros sábados (pois sábado é o dia do calendário
que lhe é dedicado), esperando escapar do inferno sem que se preocupe com uma
conduta digna do nome de cristão. E há quem dedique o dia de Sábado ao louvor
de Maria que, segundo ensinam, visita o purgatório de onde leva muitas almas
para o céu com ela. Quantos erros?! O purgatório?! a salvação após a
morte?! Maria salvadora?!
Diz,
no entanto o Novo Testamento: "Porque há um só Deus, e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Timóteo 2.5).
"Seja
conhecido de vós, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os
mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós. Ele é a pedra que foi
rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta como pedra angular. E em
nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado
entre os homens, em quem devamos ser salvos" (Atos 4. 10-12).
Assunção.
A doutrina é que Maria após a morte teria sido levada
corporalmente para o céu, dogma que foi promulgado em 1950 pelo Papa Pio XII.
Nenhum ensino bíblico há sobre isso.
Maria,
"Mãe de Deus".
Dogma definido no Concílio de Éfeso em 431, e baseado
na idéia de que a sua maternidade diz respeito à pessoa inteira de Jesus.
Portanto, se Jesus é homem e é Deus, Maria é mãe do homem Jesus e Mãe de
Deus (?!) Fiquemos alerta que em lugar algum, o Novo Testamento a chama "Mãe
de Deus". É mãe, sim, do filho de Deus. Nem "Mãe da Igreja". São
ensinos estranhos ao evangelho. Mas foi "agraciada", bendita entre as
mulheres, e exemplo corretíssimo de aceitação, obediência, dependência,
submissão, subordinação e serviço a Deus.
O culto
a Maria. Diz a doutrina da Outra Igreja que
há três tipos de culto: latria (adoração exclusiva a Deus); hiperdulia (alta
veneração só prestada a Maria); dulia(veneração
aos santos, a lugares e objetos considerados santos). A Bíblia não se
pronuncia sobre nada disso nisso! Ao contrário:
"Não
terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem
figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu,
o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos
até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam" (Êxodo 20.3-5).
A Bíblia
não admite adoração a astros, estrelas, seres animais, pessoas humanas (Atos
10.25, 26), anjos (Apocalipse 22. 8,9). E cada vez que isso acontecia, Deus exercia Seu
julgamento: é só ler o Livro de Juízes, os sermões dos profetas, ou casos,
como a morte de Herodes (Atos 12.21-23).
O
culto a Maria é uma desonra a Deus por causa da proibição do uso de imagens.
É o problema de se acrescentar algo mais à verdade da Bíblia.
Pois
não há sinais de veneração, culto, ou hiperdulia a Maria no Novo Testamento.
Os magos do Oriente não prestaram adoração à estrela, nem a José ou a
Maria, mas a Cristo (Mateus 2.11); seus presentes foram dados não a Maria ou a José,
mas a Jesus; os apóstolos nunca oraram à mãe de Jesus nem lhe prestaram
honras especiais; Pedro chamado o primeiro papa, Paulo e Tiago não a mencionam
em suas cartas; mesmo João, que dela cuidou até sua morte, não a menciona (João
19.27). Instalada a Igreja no Pentecostes, o nome "dado entre os homens, em
que devamos ser salvos" é o de Jesus (Atos 4.12). Um caso que poderia ter
sido o primeiro de veneração a Maria foi rechaçado e corrigido na hora por
Jesus:
"Ora,
enquanto ele dizia estas coisas , certa mulher dentre a multidão levantou a voz
e lhe disse: Bem-aventurado
o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste.
Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que
ouvem a palavra de Deus, e a observam"
(Lucas 11.27, 28).
É
chamada "Rainha dos Céus" (Regina Coeli) título monstruoso porque
era dado à deusa da fertilidade de Canaã, Astarte: "Os filhos apanham a
lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem
bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me
provocarem à ira" (Jeremias 7.18; cf. 44.17-19, 25).
O
culto de Maria iniciou-se após o quarto século.
COMO
OS EVANGÉLICOS A VÊEM
Honramos
a Maria, mãe de Jesus, com a mesma homenagem que a Bíblia lhe presta:
"bendita entre as mulheres" (Lc 1.42), e reconhecemos que ela foi o
vaso que trouxe a água da vida, Ela não é a água da vida, o pão da vida, o
caminho, a verdade, ou a ressurreição e a vida.
Com
todas as gerações nós a chamamos "bem-aventurada" porque cria na
palavra de Deus (Lucas 1.48), mas não a deificamos, cultuamos ou oramos a ela. Ao
contrário, com ela cultuamos o Filho de Deus; não cultuamos através dela como
se medianeira fosse. Essa é a ilusão do movimento "Peça à mãe que o
filho atende", que não tem base na Bíblia, que, contrariamente, ensina
"... tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda" (João
15.16; cf. 14.13, 14). Ou seja, "Peça ao Pai em nome do Filho, que Ele
atende".
Nós
a reconhecemos como "bem-aventurada", ainda, porque na sua dedicação
à vontade de Deus, na sua fé, na sua obediência, é exemplo para nós. É
exemplo e modelo a ser imitado não mais, porém, que outros do Antigo ou do
Novo Testamento.
Nós
a vemos como mulher de louvor, oração e piedade. Seu cântico em Lucas
1.46-55, e que se assemelha em forma e conteúdo ao de Ana (1Samuel 2. 1-10), é uma
linda página de sensibilidade e profunda espiritualidade.
Atos
1.14 apresenta Maria em oração com outros crentes, sem ter, porém, autoridade
e prioridade sobre o grupo. Piedosa, realizou todos os ritos fixados pela Lei: a
circuncisão, a purificação, a apresentação no Templo, e ano a ano realizava
uma peregrinação a Jerusalém na Páscoa. Após o nascimento de Jesus, trouxe
duas ofertas. Uma era queimada (simbolizava completa rendição à vontade de
Deus); a outra era oferta pelo pecado (cf. Levítico 2.22-24; 12.6-8).
Queremos
insistir no fato que Maria foi mulher de profunda sensibilidade espiritual. Sua
fé e sua disposição de servir a Deus nos chamam a atenção, por isso deu uma
atenção cuidadosa, à educação de seu filho nas tradições religiosas do
seu povo, o povo judeu.
Mas
ela sabia que precisava de um Salvador (Lucas 1. 47). Tinha absoluta consciência
de que Jesus era, não só humano, mas também divino e enviado por Deus (Gállatas
4.4) . Lucas 2.18 e 51 nos mostram que ela meditava cuidadosa, profunda e
assiduamente sobre seus deveres. É o protótipo da mulher de reflexão; é o
modelo, exemplo da esposa cristã ideal.
Maria
deixou um mandamento: "Fazei tudo quanto Ele [Cristo] vos disser" (João
2.5). Confessa ter confiança plena no poder divino do seu filho.
"FAZEI
TUDO QUANTO ELE VOS DISSER"
Que
é o que Ele diz? Entre outros ensinos:
"Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao
Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus"
(João 3. 36).
"Quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida
eterna e não entra em juízo mas já passou da morte para a vida"
(João 5.24).
"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua
cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem
perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á"
(Marcos 8. 34,35).
Isso
significa que é preciso um Salvador pessoal, fé nesse Salvador e obedecer-Lhe.
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