Agora Jesus vai mostrar à mulher samaritana “para
quê” uma alma é salva. Há basicamente três maneiras de se encarar a
salvação: do homem para o homem, de Deus para o homem e de Deus para
Deus. A primeira envolve acreditar que somos salvos por nossos méritos e
esforços e para o nosso benefício. Começa no homem e termina no homem.
Deus serve apenas para dar sorte ou para não dar azar, se for
devidamente agradado.
A segunda é quando você realmente crê em Jesus, mas visando a sua
felicidade. Você crê que a salvação vem de Deus, pela fé somente, mas
que Deus existe para fazer você feliz, lhe dar uma vida próspera e sem
doenças. Tudo começa em Deus, mas termina no homem. Deus é visto como
seu servo e tem por obrigação de agradá-lo.
A terceira abordagem é a correta. A salvação vem exclusivamente de
Deus, porém não é para nós mesmos que somos salvos, mas para sermos
adoradores. É claro que somos beneficiados em tudo isso, mas o objetivo é
Deus e seu Filho Jesus, em quem todas as coisas irão convergir no
final. Portanto, para a pergunta “Para quê somos salvos?”, a resposta é “Para adorarmos a Deus”.
Os samaritanos adoravam a quem não conheciam, no lugar errado e da
maneira errada. Jesus diz que os judeus adoravam quem conheciam e que a
salvação vem dos judeus. Entenda que a salvação não são os judeus, mas
foi de uma mulher judia que veio o Cristo, o Messias, o enviado de Deus.
Deus quis que fosse assim, portanto não há o que discutir. Ao se
revelar à mulher samaritana, quando ela pergunta sobre o Messias, Jesus
diz: “Eu sou, eu que falo contigo”. “Eu sou” é a mesma expressão usada por Jeová para se revelar a Moisés.
E ele diz que ”Deus busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade“. Até
aquele momento, adorar em verdade significava adorar no Templo de
Jerusalém e da forma como Deus ordenara, e não no monte Gerizim como
faziam os samaritanos. Mas, apesar de adorarem em verdade, os judeus não
adoravam em espírito. Sua adoração era da boca para fora e seu coração
estava longe de Deus. Eles rejeitaram o Messias.
Hoje todo salvo pela fé em Jesus tem o Espírito Santo e pode adorar a
Deus em espírito em qualquer momento e lugar, sem intermediários.
Porém, no que diz respeito à adoração coletiva, se você estiver adorando
em um templo e com rituais copiados do Antigo Testamento, não está
adorando em verdade. Se a sua adoração adicionou elementos culturais,
como dança, teatro e shows, então você inventou a sua forma de adorar,
como fizeram os samaritanos.
Adorar coletivamente em verdade é adorar onde estiverem dois ou três
reunidos para o nome de Jesus, reconhecendo o seu senhorio, e da maneira
encontrada nas cartas dos apóstolos, o único guia que temos, além do
Espírito Santo, para a adoração pós-judaísmo em espírito e em verdade. O
ponto alto dessa adoração é a ceia do Senhor, e não um show de
celebridades.
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