Zahle é uma cidade cristã do Líbano, que fica no alto do
vale do Bekaa, numa antiga estrada ligando Damasco a Beirute. Ela tem
um testemunhado, ao longo dos séculos, batalhas entre muçulmanos e
cristãos, como a guerra civil que tomou o Líbano nos anos 1980. Ou os
conflitos semelhante na década de 1860, quando a cidade foi incendiada
por combatentes drusos e turcos que massacraram os cristãos.
Hoje em dia, a cidade é uma espécie de refúgio para as famílias
cristãs que tentam fugir da morte trazida pela guerra civil na Síria.
Este é um dos lugares escolhidos pelas agências cristãs que ajudam os
refugiados. A maioria dos cristãos que saíram da Síria eram partidários
do regime de Assad, mas muitos foram perseguidos mesmo tendo trabalhado
ativamente no movimento de oposição que tentou derrubá-lo.
Como um todo, a população cristã do Oriente Médio continua
diminuindo. Estima-se que cerca de cem anos atrás eles eram um quinto
da população. Em 2012, o índice é de pouco mais de 5 por cento. Mesmo em
países como o Líbano, que já teve uma maioria cristã, o número tem
diminuído. Alguns especialistas acreditam que esse é o percentual mais
baixo da história e pode significar que eles podem estar perto da
extinção.
Além da violência anticristã, um dos principais motivos é que os
cristãos está têm uma taxa de natalidade muito menor do que os
muçulmanos e uma alta propensão a emigrar.
Fadi Halisso, um ex-engenheiro católico, da cidade de Aleppo, ao
norte da Síria, agora se prepara para o sacerdócio jesuíta na capital do
Líbano. Ele acredita que os cristãos desejam viver em paz nessa região
turbulenta e por isso vão embora assim que a paz é ameaçada. “No Iraque
os cristãos estão no meio de uma guerra. Não acho que foram alvo mais
do que os outros grupos minoritários. Em geral, os cristãos nunca são
maioria na região, não andam armados e por isso preferem recuar.”
Quando perguntado sobre os ataques recentes a igrejas em Alexandria
ou Bagdá, ele é enfático: “Quando você tem algumas pessoas que causam
problemas, acabam afetando toda uma região. Após esses ataques às
igrejas, os cristãos da região se sentiram ameaçados. A impressão geral é
que não somos mais bem-vindos, embora tenhamos boas relações com nossos
vizinhos.”
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